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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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"OLHEM POR MIM"

02.06.15 | Rosa Silva ("Azoriana")

 

Começo. Letra “Georgia”, tamanho “12”, parágrafo a “justificado” com espacejamento “simples” a “12pt depois”.

Intervalo. Vou picar o relógio de ponto.

13:34 Demorei mais um pouco do que o habitual a regressar à mesa de trabalho. Estou ainda no meu horário de intervalo mas a mente parece um turbilhão de pensamentos que se acotovelam em delírio. E porquê?

Sinto que há monólogos, diálogos, discursos, palestras, etc. que me inquietam mas sinto-me frágil, tão frágil para dar “tafulho” a elas, na ânsia de querer ajudar a resolver certos impasses que julgava que nem seguiam burocracias a altos níveis do clero.

Esta prosa porquê? Porque pelo que me foi dado a perceber o processo da canonização da Mártir Maria Vieira já dura há muitos anos e ainda, ontem (1/6/2015) ouvi que andam, nas instâncias supremas, à procura de “alguém” que dê o início do processo… Será que o clero também está em crise? O povo está em crise mas o clero (e quando escrevo clero é para centralizar toda a parte católica apostólica romana e a respetiva hierarquia que vai do mais humilde ao mais alto estado, Bispo, Cardeal, Papa) parecia-me que não devia estar em crise e se está é porque andamos todos numa azáfama irregular numa barca (diferente da de Noé) à deriva.

Afinal quem é Santo? Quem não tem uma gota de pecado? Quem não se deixou cair em ataques corporais deixando-se morrer pura? Quem pecou e se arrependeu solenemente? Quem vive na esperança de um milagre da cura das suas enfermidades físicas ou morais? Quem são os Santos? Os celebrados no dia 1 de novembro de cada ano? Quem são, digam-me, porque quero saber em que estado estou. Talvez nunca chegarei a estado nenhum porque “cão que ladra não morde” como se diz nas bocas do povo.

Uma coisa é certa, a meu ver, todos somos chamados a ser Santos e poucos o serão. Estou nessa multidão dos que tem muito que persignar, ajoelhar e rezar. Houve tempos, sobretudo na infância, que não perdia uma missa, uma Hóstia, uma bolachinha depois de a tomar para não macular a Hóstia perante algum ato menos próprio a nível do sistema digestivo, que era como que “obrigada” a rezar todos os santos dias o terço noturno, ao ponto de teimar em responder à segunda parte da Avé-Maria e ser como que martirizada de vime por causa disso, mas não perdi a fé em Deus ou em algo que é superior a mim em tudo…

E hoje?

Hoje qualquer ato, qualquer ferida, qualquer dor, qualquer tristeza, qualquer abandono, qualquer passividade em relação à resolução de atos sérios faz-me mal e queria rezar para alívio de todos os males mas não consigo “debulhar” Avé-Marias e Padre-Nossos como os que “debulhei” sem lembrar do que havia dito no começo… Meu Deus, que pecado o meu? Ou não será só meu?

Hoje prefiro ouvir alguém com Dom de Palavra falar, calmamente, explicar o que não entendia no passado e agora vejo que fui tão mal instruída nas coisas de Deus, porque os tempos eram outros, eram outras as exéquias, eram outros os membros do clero, que mais pareciam aves negras presentes numa mesa a debicar sermões que eu não entendia metade.

E hoje?

Hoje gosto de ouvir um Bom Pároco, Reitor, Bispo ou Papa a falar com aquela humildade que nos cativa.

Isto tudo para vos implorar que todos, todos, todos que amam a virtude da Pureza da Mártir Maria Vieira da Silva, da Vila de S. Sebastião, do mui lembrado Coelho de Sousa, com um Testamento Poético, como não há outro, que se organizem e contabilizem visitas e visitantes, ou melhor, devotos dos milagres que lhes são atribuídos.

A mim considerei que me foi concedido um. Ontem (1/6/2015) era suposto ir cantar numa Cantoria, que fora organizada para a comemoração do 75º aniversário do seu Martírio (4-6-1940). À última da hora nenhum dos convidados podia comparecer por estarem ocupados noutras cantorias, noutros locais. Sozinha não podia cantar. Mas algo me impelia a ir a S. Sebastião e fui. Acabei por entrar na Ermida, onde estavam algumas pessoas na Exposição do Santíssimo com a presença do Pároco de S. Sebastião, que, na minha opinião, não me canso de ouvi-lo falar e fala bem.

Fui convidada pelo organizador da Cantoria, Dr. Dionísio de Sousa, a declamar algo que levava, carinhosamente, em papel. Acabei declamando, também, um louvor ao Santo Sebastião.

Resumo: Mesmo eu não sendo santa, fui lá por vontade e atuei à minha melhor maneira e da forma que me desenvencilho melhor: declamação.

E quantos de vós tereis histórias semelhantes? Quantos de vós não foram tocados pela Santidade de uma menina que é o símbolo da juventude virtuosa?

Pensem nisso e juntem-se, todos, todos, todos, precisamente no dia 4 de junho de 2015, na despedida do sol, à beirinha da tarde, e cantem, cantem a Maria Vieira com alegria, seja de coração ou seja com a voz que Deus vos concedeu.

Amen!

Rosa Silva (“Azoriana”)

Ver vídeos:

http://youtu.be/FfgGVTue9bw

https://www.youtube.com/watch?v=iSSOlEWITYQ