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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"

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Pela Serreta, a incumbência... "Vamos trabalhar por Nossa Senhora!"

07.09.15 | Rosa Silva ("Azoriana")

Nasceu a 14 de março de 1940, na freguesia da Serreta. Foi mãe de duas filhas. Partiu a 28 de outubro de 2003 com causa de morte: esclerose múltipla (doença sem cura e de longa duração). Realizou-se a Coroação do Divino Espírito Santo em 30 de maio de 2004, levada a efeito pela sua filha mais nova e respetiva família, com a reza do terço durante um ano, junto ao altar do “meio da casa”. A filha mais velha começou a escrever em abril de 2004 sobre a Serreta e tudo o que se relacionava com a “alma terceirense”, mais propriamente a serretense, da sua naturalidade, com a incumbência de seguir os apelos que sentia. A falecida mãe era devota de Nossa Senhora dos Milagres ao ponto de, em vida, mesmo doente e em cadeira de rodas, querer estar presente na missa do 2º domingo de setembro, da festividade solene da Padroeira, e de ficar de frente à porta principal por onde saía o andor da Virgem Mãe da Romaria e dos Peregrinos, mesmo sendo praticamente cega e só reconhecer as pessoas pela voz e os sons melodiosos da "sua querida" Filarmónica Recreio Serretense. Atualmente tem familiares músicos (netos e primos) e o maestro, também primo.

O porquê desta introdução?

Todos, ou praticamente quase todos que me leem e conhecem os meus escritos, sobretudo rimados, sabem da forte influência que a minha falecida mãe tem sobre mim. É um elo cujo título continua a ser “Vamos trabalhar por Nossa Senhora!

Nossa Senhora dos Milagres da Serreta

E insiste: “Vamos trabalhar por Nossa Senhora!

Por isso e muito mais… Pela vida, pela esperança, pela fé, pela minha mãe, pela nossa Mãe, Virgem Maria, Senhora dos Milagres, continuo a balbuciar o teu credo – Vamos trabalhar por Nossa Senhora!

Avé Mãe!

Avé Mãe do meu Amor,

Vestida de amor somente;
Cristalina! Mar de gente
Enfrenta caminho e dor.

Avé Mãe do Seu Senhor,
Virtude do povo crente;
Te adoramos simplesmente
Ó Virgem do Redentor!

És alma da Romaria,
Estrela alva do dia
Candelabro em silhueta.

És alma da Sociedade
E de toda a Humanidade:
Santuário da Serreta!

Rosa Silva ("Azoriana")

em nome de Matilde Rosa Cota Correia

 

Tantos que trabalham por Nossa Senhora… E o primeiro apelo vem de longe…

Atualidade

Festa de Nossa Senhora dos Milagres decorre entre 12 e 19 de setembro
Set 5, 2015

Serreta recebe peregrinos de todos os cantos da ilha

Milhares de peregrinos de toda a ilha Terceira, nos Açores, rumam, na próxima semana, ao Santuário da Serreta, onde decorrem, entre os dias 12 e 19 deste mês, as festas de Nossa Senhora dos Milagres.

O novenário de preparação para a festa que já começou, com pregações de diferentes sacerdotes, animado por grupos e movimentos eclesiais distintos, está centrado já no Ano Santo da Misericórdia “procurando que Aquela que é invocada diariamente como Mãe de Misericórdia nos inspire e ensine a sermos misericordiosos”, refere o Reitor do Santuário e pároco da Serreta, Pe Manuel Carlos, em entrevista ao Sítio Igreja Açores.

“Desde 2005 que o Conselho Pastoral Paroquial optou por direcionar o novenário de preparação como momento propício de evangelização que visa alguns segmentos populacionais como a família, idosos, doentes, juventude, catequistas”, entre outros, adianta o sacerdote.

O ponto alto da festa é, contudo, o fim-de-semana de 12 e 13 de setembro, altura em que cresce o número de visitas ao Santuário. No dia 13 haverá missa solene, pelas 16H00, seguida de procissão, ambas presididas pelo Vigário Geral da Diocese de Angra, Cónego Hélder Fonseca Mendes. Na segunda-feira, dia 14, terá lugar o Bodo de Leite (com o tradicional pic nic das famílias e tourada à corda) e no dia seguinte realiza-se a procissão em honra de Santo António, que encerrará as festas deste ano.

Na sexta-feira que antecede o fim-de-semana da Serreta o número de peregrinos aumenta exponencialmente. Saem dos quatro cantos da ilha e fazem o percurso a pé, uns por fé outros por tradição. Durante o percurso são auxiliados pela Cruz Vermelha Portuguesa, que há quase 30 anos presta este apoio aos peregrinos.

Estas festas são as mais importantes da ouvidoria da ilha Terceira e remontam ao século XVII.

O historiador terceirense Ferreira Drumond, baseado numa tradição oral, refere que a ida da imagem de Nossa Senhora dos Milagres para a Serreta se deve a um sacerdote de nome Isidro Machado que se refugiou neste extremo ocidental da ilha e construiu uma pequena ermida colocando lá a imagem de Nossa Senhora com o Menino ao colo. Por morte do padre, a imagem foi recolhida na igreja paroquial de então, a Igreja das Doze Ribeiras.

A devoção popular pela Nossa Senhora dos Milagres está ligada “a fases cruciais da nossa história” refere o Pe Manuel Carlos lembrando por exemplo o século XVIII, quando Portugal se viu envolvido na guerra entre a França e a Espanha contra Inglaterra.

Encontrando-se a ilha Terceira “desprovida de fortificações e pouco defensável”, as autoridades militares e civis ao depararem com a imagem de Nossa Senhora dos Milagres, na Igreja das Doze Ribeiras, formularam um voto de se “tornarem seus escravos e promoverem-lhe festa anual se a ilha não sofresse qualquer investida inimiga. E porque assim sucedeu se firmou o voto, subscrito pelos principais cavalheiros militares e eclesiásticos, autoridades e algumas damas de fé”.

A primeira festa foi celebrada a 11 de setembro de 1764, altura da fundação da Irmandade dos Escravos de Nossa Senhora, mas a sua realização não foi contínua. Só a partir de 1842, altura em que foi construída a igreja paroquial da Serreta e elevada a paróquia 20 anos depois, a Festa foi ganhando novos contornos atraindo muitos angrenses. Desde então a festa realiza-se todos os anos.

“Qualquer pessoa em algum momento da sua vida precisa de um milagre, porque assumiu que as suas próprias forças são escassas para vencer os desafios que se lhe deparam”, sublinha o Reitor do Santuário, um dos dois Santuários diocesanos da ilha, ambos marianos.

“No começo da devoção procurou-se proteção divina contra a guerra; hoje razões de saúde, crises familiares, desemprego, etc, são motivos que fazem com que milhares de terceirenses venham a pé ao Santuário da Serreta pedir e agradecer o auxílio da Mãe de Deus e nossa Mãe”, acrescenta.

“Há que reconhecer também que estamos perante um processo de socialização muito bem sucedido: desde pequenas que as crianças são expostas a esta devoção e ao crescerem, dão-lhe continuidade. E isso faz muita diferença”, conclui o sacerdote.

Em apenas três dias chegam ao santuário cerca de oito mil peregrinos, fora os que anualmente visitam este templo, elevado há nove anos, ao estatuto de Santuário Diocesano, por D. António de Sousa Braga.

“O nosso primeiro desafio é acolher e escutar os peregrinos; depois evangelizar e disponibilizar os sacramentos confiados por Cristo à Igreja aos que os procuram” refere ainda o Pe Manuel Carlos, que diz “trabalhar por uma igreja peregrinam, contemplativa do homem concreto, que procure encarnar e levar o Evangelho de Jesus à humanidade deste tempo”.

“Necessitamos de assumir que não basta à Igreja apontar metas; o fundamental é saber e ensinar a lá chegar”, conclui o sacerdote, destacando o papel deste Santuário no contexto diocesano.

Esta festa está também associada a outra de cariz mais popular conhecida como a Segunda Feira da Serreta, que atrai centenas de famílias para um pic nic.

À semelhança de outros anos, o Governo Regional dos Açores concede tolerância de ponto aos funcionários da Administração Pública Regional, cujos serviços estão sediados na Terceira, por ocasião da tradicional festa da Segunda-feira da Serreta.

O despacho assinado por Vasco Cordeiro salienta “a importância de que o evento se reveste para a população da ilha Terceira e que se traduz numa grande adesão e participação nas manifestações que se realizam naquela data”.


Fonte: Igreja Açores, 2015.

 

Outras pesquisas

“No segundo fim-de-semana de setembro a paragem é na Terceira, para a Festa da Serreta que impõe uma romagem até ao Santuário de Nossa Senhora dos Milagres, a 20 km de Angra do Heroísmo, no cabo extremo ocidental da ilha, numa zona sobranceira ao mar. A romaria, a pé, é uma das mais concorridas da ilha. A tradicional tourada da praça do Pico da Serreta continua a realizar-se na segunda-feira seguinte às celebrações lembrando a antiga tradição da tourada à corda tão característica desta ilha. É também nesse dia que os locais estendem o seu picnic familiar, prolongando conversas, a olhar o mar.”

Fonte: Semanário Ecclesia, nº 127, de 30 de julho de 2015, página 14 e 15.

 

Peregrinos rumam à Serreta
Set 12, 2014

Festas em honra de Nossa Senhora dos Milagres “estão na alma” do povo terceirense

A semana que antecede o segundo domingo de setembro é marcada na ilha Terceira, pelas numerosas romarias, organizadas em grupo ou individualmente, até ao santuário de Nossa Senhora dos Milagres, na Serreta.

Este ano o mau tempo “pode condicionar” as peregrinações- “nunca vi a Serreta tão molhada”-, mas “o movimento começa a fazer-se sentir” disse esta quarta-feira ao Portal da Diocese o reitor do Santuário, Pe Manuel Carlos que, desde sexta-feira, dia 6 de setembro, está a orientar o novenário preparatório das grandes solenidades que acontecem no domingo, dia 14, com a celebração da missa, seguida da procissão com a imagem de Nossa Senhora dos Milagres, que este ano serão presididas pelo Reitor do Seminário Episcopal de Angra, Pe Hélder Miranda Alexandre.

“Quisemos recordar o pedido que o Bispo de Angra fez aquando da elevação desta igreja a Santuário, justamente no dia da oração pelas vocações, dia da mãe, em 2006. É uma forma de, também, darmos graças pelas vocações e lembrar que é preciso estimulá-las sempre através das nossas orações”, sublinhou o sacerdote que há dez anos lidera esta comunidade paroquial.

Aliás, foi dois anos depois da sua chegada à Serreta que a Diocese criou o Santuário.

“Quando aqui cheguei ouvi dizer que o Senhor Bispo tinha afirmado que só sabendo ao certo a dimensão desta festa é que se poderia equacionar a possibilidade da criação de um santuário. No ano seguinte pedi a colaboração dos escuteiros e procedemos à contagem dos peregrinos entre sexta-feira e domingo de madrugada. Eram perto de seis mil, 4 mil deles tinham chegado aqui a pé. No ano seguinte a igreja foi elevada a Santuário, julgo que de uma forma justa”, remata o sacerdote lembrando que esta festa “traduz a alma terceirense”.

A história do culto remonta às guerras napoleónicas, altura em que autoridades militares e civis pediram a interseção da Senhora dos Milagres para que poupasse a Terceira à guerra, prometendo honrar este voto todos os anos, no segundo domingo do mês de setembro, tempo de colheitas e de vinho novo.

O cumprimento do voto ficou a cargo da Irmandade de Nossa Senhora da Serreta e todos os anos é honrado com o tradicional bodo de leite, cujo padroeiro é Santo Antão, uma das três imagens que habitualmente sai à rua nestas festas. O outro é Santo António que percorre as principais artérias da Serreta, na terça-feira, a seguir às solenidades de Nossa Senhora dos Milagres.

Além da festa religiosa criou-se também a segunda- feira da Serreta, o dia de convívio em que as famílias de Angra rumavam a estas paragens para honrar o voto da irmandade.

“É uma festa muito alargada quer do ponto de vista geracional quer social onde todos convivem e celebram com base numa fé comum”, destaca o reitor do Santuário da Serreta que nesta altura monta um “posto” de acolhimento aos peregrinos que durante toda a semana da festa acorrem ao Santuário, numa viagem de ida e volta.

Grande parte dos que vêm a pé, de diferentes lugares da ilha, chegam com “muitos problemas”. A caminhada pode durar até seis ou sete horas “conforme o ritmo”, sendo que na maioria dos casos já há uma enorme mobilização de movimentos.

Por exemplo, peregrinos dos Cursilhos de Cristandade vão partir de São Carlos e da Agualva na próxima sexta-feira e animarão uma celebração eucarística, presidida pelo assistente espiritual, Pe José Júlio Rocha, na madrugada de sábado. Também as Equipas de Nossa Senhora de toda a ilha e os membros da Ordem Terceira já participaram nestas animações litúrgicas.

“A afluência é grande tal como a devoção”, lembra o Reitor sublinhando que “quando há uma situação difícil na encruzilhada da vida é a Nossa Senhora dos Milagres que os terceirenses recorrem”.

Os que aqui vivem e os que já partiram para outras paragens levando consigo o culto, mas “regressam sempre ao seu Santuário”, diz o Pe Manuel Carlos.

Durante todo o ano, o Santuário acolhe peregrinos. Funciona a partir das oito da manhã até à hora da missa vespertina, o que acontece por volta das seis horas da tarde. Durante o verão o horário estende-se até às oito da noite.


Fonte: Igreja Açores, 2014