25/04/2016. Lançamento de três livros no Teatro Angrense sobre Improvisadores
Um dos três livros pesa oitocentos gramas, Coleção Improvisadores 14, cujo título é “Improvisadores da Ilha Terceira”, num total de 207 cantadores (re)lembrados e atualizados, a partir do original de José Henrique Borges Martins (falecido em 2014) e da autoria de Liduíno Borba, texto introdutório de José Eliseu Mendes Costa (páginas 17 a 54), verificação de texto de Manuel Pires, revisão de texto de Victor Rui Dores, numa edição da Turiscon Editora, com data de março de 2016. Tiragem de 1000 exemplares, depósito legal 404136/16 e ISBN 978-989-8569-18-9. Tudo isto na Ficha Técnica onde também é mencionada a autoria da Capa - José Orlando Bretão (Van der Hagen) e a Capa de Liduíno Borba.
Contando com 75 apoiantes, este livro (digo melhor, esta bíblia de improvisadores) começou em 1989 para em 2016 ver a sua atualização, após cinco anos de pesquisa, não a tempo inteiro. De 95 cantadores biografados por Borges Martins com 112 por Liduíno Borba, passou a 207 no total: 50 não sofreram alteração; 45 foram atualizados; 112 são novas inclusões no livro. O concelho de Angra do Heroísmo tem 142 (68,6%); o concelho da Praia da Vitória tem 65 (31,4%).
Ainda na Nota do Autor saliento a referência a um dos agradecimentos a José Fonseca de Sousa pela pronta colaboração na recolha de cantigas para o livro. Digo eu: Grande trabalho feito por amizade aos nossos cantadores e à cultura açoriana. Também lhe agradeço pela parte que me toca.
Agradeço por me terem incluído e catalogado com o nº 179, nas páginas 551 e 552, precedida por José Ribeiro, natural da Ribeirinha, do concelho de Angra do Heroísmo, seguida por José Fernando, das Fontinhas, concelho da Praia da Vitória. Reconheço que todos cantam mais e melhor que eu. Na escrita canto há cerca de doze anos porque o blogue, alojado no SAPO - Serviço de Apontadores Portugueses, assim me foi libertando o dom que estava adormecido ou nem sabia que o tinha.
Saliento que este livro, como o próprio autor refere, é contributo para esse grande património cultural açoriano que é o Improviso.
Quem me dera que o Improviso açoriano fosse património imaterial da humanidade como outras artes já o foram.
Para mim, e para muitos, o Improviso é do mais original que há, pelo dom da espontaneidade seguindo o raciocínio rápido colado aos acordes da viola, violão e/ou guitarra.
A PROVA DO IMPROVISO
Mesmo que seja a escrever
Canta-se na melodia
Que é nosso bem-querer
Fortaleza da cantoria.
Há tanto que a gente escreve
Dando asas à cantiga
‘Inda há quem se atreve
A dizer que isso o intriga.
É verdade, sim senhor,
O canto faço escrevendo,
Mesmo ao computador,
Como quem o está dizendo.
O grande improvisador
Não tem tempo de medir,
Num repente, a rigor,
A palavra que vai surgir.
Rosa Silva (“Azoriana”)
Nota: No final da apresentação dos livros, com um mesa recheada de bons elementos, os cantadores presentes cantaram uma quadra e uma sextilha. A ordem não é a que estava em palco, mas descendente:
Roberto Toledo
Valentim Aguiar
Maria Clara
John Branco
Marcelo Caneta
Francisco Ficher
José Fernando
Rosa Silva "Azoriana"
Hélder Pereira
Paulo Jorge
Fernando Alvarino
António Mota
José Amaral
Manuel Castelão
Manuel Vitória
Eduíno Ornelas
João Leonel (O Retornado)
Depois para a foto de família também entrou Alcindo Ornelas.