Doem-me as palavras...
... As faladas e as escritas
E tantas que nem são ditas
Numa era de vendavais
Chuvas, sóis e pouco mais.
Doem-me as palavras [mudas]
Entre vírgulas sisudas
Com o vento das escolhas
Esvoaçam tantas folhas.
Tenho o cérebro contrito
Feito medo, sem o grito,
No balaio eu me ponho
A pensar no que eu sonho.
Nos outros eu também penso
Se voltarem a ter senso
Que não voltem ao rochedo
Da saudade... Que tenho medo.
Rosa Silva ("Azoriana")