Carta aberta de saudades
Saudades da Serreta
Dos passeios que fizemos
Da ida à Lagoínha
Das pedrinhas no cestinho
De dormir colchão no chão
De ouvir os passarinhos
De ver o mar inteiro
E a serra sem nevoeiro
Da azáfama da Festa
Das horas bem preenchidas
Das idas à Sociedade
Dos campos em pacatez
Até de varrer o caminho
De lavar chão e janelas
Portas, mesas e tanto mais
Saudades da Virgem Mãe
E de visitar meus pais
Os que cá já não estão
Mas que me fizeram crente
No meio de tanta gente
Que andou na Procissão
E de tanto que os foguetes
No trabalho divertido
Daquele povo unido...
Saudades de estar onde não estou
De ficar no que deixei
E quem sabe se hei de ir
Outro dia e outra hora
Sorrir a Nossa Senhora.
E saudades se tiveres
Escreve delas se puderes...
Rosa Silva ("Azoriana")