Verão calmo
Fim de tarde em meu sossego
Ouvindo o rumo das aves;
Sinto por isto um apego
Embora com fecho a chaves.
Na minha espreguiçadeira
Rodeada de animais,
À sombra e na brincadeira
No quintal dos Folhadais.
As aves se vão deitar
Cantando seus belos hinos,
É um prazer aqui estar
Em retalhos pequeninos.
Trabalho desde miúda
E o trabalho fortalece...
Pouco ou nada já me muda
Só descanso favorece.
Venha daí quem quiser
À minha porta bater
E venha cá quem vier
Saberei bem receber
Se em casa não estiver
Mais tarde hei de aparecer.
À tarde uma hora fina
Para repousar a mente,
Para quem o nome assina
"Azoriana" em repente;
A rima é que ora destina
Meu abraço a toda a gente.
Rosa Silva ("Azoriana")