Uma pisca de chuva
23 de agosto de 2018
E chove sem ventania… chuva de verão é pacífica e até apetece ficar quieta a levar com a retilínea frescura matinal. Dizia-se que estava um calor abrasador, que havia seca preocupante, que havia ilhas a rezar por chuva… pois S. Pedro abriu a torneira e projetou na natureza ilhoa uma tocata para a verdura, para as flores, para os animais e para as pessoas abrirem os chapéus de chuva mesmo que de braços descobertos pelo gosto de se verem tocadas por uma água apetecida.
Confesso que me entristecia olhar os meus vasos com flores, renascidas de outras mais antigas, estarem como que a pedir-me a rega, quando o sol se esconde no horizonte para os lados da minha freguesia natal. Hoje elas devem estar ensaiando a valsa da alegria.
Porta aberta: é um consolo ouvir a pálida chuva beijar o chão com gosto ao invés do ruído de martelo e pregos e outros materiais que, tão cedo, não deixam as redondezas da minha escrita da matina.
Bom dia e aproveitem a encher o regador da prudência ilhoa.
Rosa Silva (“Azoriana”)