Até sempre, Clarisse Barata Sanches!
Estava aqui a pensar
Se tivesse um avião
Eu podia aterrar
Junto ao nobre caixão
Onde está a brilhar
A poetisa da Nação;
Eu ficaria a chorar
Agarrada à sua mão.
Mas viagem não preciso
O tempo já acabou
Ela está no Paraíso
Como flor que lá chegou
Deve estar com um sorriso
Por tudo o que ela criou.
E fica o meu improviso
Na janela que faltou.
Seu corpo está presente
Na Terra que a criou
Na urna jaz somente
Uma flor que já murchou
Sua alma eternamente
Junto a Deus já se plantou.
E eu choro amargamente
P’lo poema que fechou.
Aquilo que não lhe disse
E o que fica por dizer
Queria eu que florisse
Antes do amanhecer
Muito mais queria que visse
Só além é que vai ver
A boa amiga Clarisse
Está com Deus, posso crer!
26/12/2018
Rosa Silva (“Azoriana”)