Ó lindo verde!
Esperança
De encontrar o azul
Que em mim balança
E me abriga
Na ternura quase lenta
Do meu pensar
Em leve brisa que espiga.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Esperança
De encontrar o azul
Que em mim balança
E me abriga
Na ternura quase lenta
Do meu pensar
Em leve brisa que espiga.
Rosa Silva ("Azoriana")
Do sentido da Amazona,
[De crina ornamentada
Saltitando brincalhona]
No teu corpo reclinada.
De ti nem sequer sou dona
Só por ti estou admirada
Vendo que és a "persona"
De uma tela tão dourada.
Teu corpo vai ondulando
Num passo que alguém conduz
E no prado a mim seduz...
Porque em ti estou pensando
No esplendor da natureza
Que recordo ter beleza...
Rosa Silva ("Azoriana")
Foram dez cantadores
Dez vozes encantadas;
Duas ilhas dos Açores
Em conversas rimadas.
De cantigas não me aparto
Em terrenos que não são meus
Viva Nossa Senhora do Parto
E viva João de Deus.
Não houve a desgarrada
No fim vieram cantigas
Eu fiquei bem fascinada
Com as pessoas amigas.
Foi a primeira vez que ouvi
Cantoria neste lugar
E não me arrependi
Da minha casa deixar.
Rosa Silva ("Azoriana")
Ó Maria imaculada
Seu ventre é a Flor sagrada;
Mostra a rosa ao Menino,
Do seu Pai, o Deus Divino!
A rosa mais perfumada
Na oração consagrada:
Pétala de Amor tão fino,
No Jardim do peregrino.
Viva a Flor de Vida e Graça,
Num poema que se abraça,
De um coração tão mole.
Vem amparar nossa gente,
Que à Flor chama somente:
"Ó Mãe vestida de sol!"
Rosa Silva ("Azoriana")
Escrevo como quem lê
Na pressa de acabar
E hoje, nem sei porquê,
Acabei de começar.
Uma cópia de contista
Que contos soube escrever
A minha pressa conquista
Pra depois quem quiser ler.
Há gente açoriana
Que partiu, sem partir,
Ficou sendo soberana
Na tela de construir.
Livros são como castelos
Encimando uma Bandeira
E quando os textos são belos
Honram a ilha Terceira.
A escrita não é minha
É de quem escrevia bem
E do muito que já tinha
Mais merece o que convém.
Bel' estante ornamentada
Com jeitosas «coleções»
E que seja visitada
P'ra criar grãs emoções.
Rosa Silva ("Azoriana")
Subiu Nossa Senhora
Ao Céu de corpo e alma
De nós nunca foi embora
Vive para nos dar calma.
Atributos diferentes
Mantem Ela toda a vida
É Senhora dos doentes
Saúde lhe é pedida.
É Senhora do Amor,
Dos Milagres e Belém,
Do povo que dá valor
À querida e Santa Mãe.
Viva, viva Santa Maria!
Virgem Mãe imaculada,
Viva, viva o seu dia
Em agosto adorada.
Rosa Silva ("Azoriana")
A ilha é sempre bonita
Vai contigo onde fores
Quem no amor acredita
Nunca esquece os Açores
É como um laço de fita
Com as suas nove cores.
Um brinde a quem adora
Falar da ilha Terceira
Mesmo quando vai embora
Leva Brasão e Bandeira
O cetro e Nossa Senhora
E uma lágrima na carteira.
Viva a Terra onde nasci
Dela não vou esquecer
E do tanto que escrevi
Fica o meu bem-querer
Foi na rima que senti
Alegria de melhor viver.
Mais feliz fico ainda
Quando alguém me aprecia
Por louvar a terra linda
Do canto e da cantoria
Um amor que jamais finda
Quer de noite quer de dia.
Um abraço de maresia
Uma flor feita de beijos
Uma cesta de alegria
A festejar os desejos
Da alma de fantasia
De mil danças e festejos.
Rosa Silva ("Azoriana")
Capa do livro de João C. Bendito
"Barro Vermelho - Ilha Branca - Histórias da Graciosa"
Apresentação do livro pelo poeta Álamo Oliveira
O autor do livro presente na Biblioteca Pública e Arquivo Regional Luís da Silva Ribeiro
Nota importante:
Já comecei a ler e recomendo que todos, os que poderem,
se deliciem com uma escrita maravilhosa
sobre um passado (que continua presente)
para memória futura, de vivências na ilha Graciosa,
de um angrense emigrado mas com lembranças inesquecíveis
bordadas de uma bela inspiração.
Angra do Heroísmo, 12 de agosto de 2019, pelas 20:00.
Bela península angrense
Cinzelada pela aurora
Bela terra terceirense
Que vai com quem vai embora.
Belo mimo que me dá
Na manhã de qualquer dia
Sempre há quem volte cá
Pela vista que irradia.
Vem à Terra de lilases
Vem à fortaleza chã
Testemunhos são capazes
De bordar cada manhã.
Viva Angra do Heroísmo
E seus calmos arredores
Inspiras o meu lirismo
Bendigo teus pormenores.
Rosa Silva ("Azoriana")
"Salve ó ilha Terceira
Viv'ó meu rico S. Bento
Fiquei órfão da verdadeira
Mas nasceu o meu talento."
Podia assim começar
Uma quadra tão ligeira
Porque lhe sabias dar
A volta à ilha inteira.
Meu amigo vai avante
Tens agora essa missão
Desde que és emigrante
É maior teu coração.
Podes tu de mim falar
Porque o sabes fazer bem;
O mesmo tenho de rimar
Por alma da minha mãe.
Rosa Silva ("Azoriana")
Foto de Zé Nandes aqui