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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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A propósito do "DI" de 1/1/2020

01.01.20 | Rosa Silva ("Azoriana")

Que "belo" jornal
- O rosto do Sismo -
Que foi infernal
Medo sem lirismo.

Abriram-se "portas"
Pra reconstrução...
Feridas e mortas
Casas e população.

Quinze anos tinha
Senti-me deserta
E na mente minha
O temor desperta.

Tanto sinistrado...
"Arregaça as mangas"
Pra ver restaurado
O seu sem ter zangas.

Casaco amarelo
Foi o meu retrato
Grosso e singelo
No "frio" sem trato.

Vi tudo ondular
E a torre da igreja
Mais pedra a pular
Num instante esteja.

Vi gente a bradar,
Vi gente a sofrer,
Muitas a rezar
Por gente a morrer.

O dia era noite
A noite era dia
Parecia açoite
A réplica temia.

Passados quarenta
Anos da memória
Ainda é tormenta
Na nossa história.

Hoje está cinzento,
O dia é sombrio,
Ainda o lamento
Ainda o meu frio.

Querido leitor
Da quadra que sai
Lírio de louvor
Na mente vos cai.

Permanece ferida
Tarde de janeiro
Que foi re-erguida
Com muito dinheiro.

Crédito afável
Para sinistrado
Em tempo notável
Foi recuperado.

Por fim uma fita
Branca pela Paz
E amizade à Zita
Que na terra jaz.

Aida da Conceição
Partiu aos cinco dias
E desde então
Nem lhe restam tias.

Também já perdi
As folhas da vida
Dos que atendi
Em certa medida.

Foi aquele Sismo
Que me deu trabalho
Angra do Heroísmo
O meu agasalho.

De oitenta e dois
A oitenta e cinco
P'ra seguir depois
Com o mesmo afinco.

Assuntos Sociais
E agora Saúde
Foram capitais
Na obra que pude.

Tudo de mim dei
Com brio e coragem
Tantos passos dei
Na longa viagem.

Nasceram três filhos
Lilás descendência
Que seguem os trilhos
Da mãe consciência.

Ó terra querida
Onde fui gerada
Bandeira tecida
Por quadra rimada.

Cristo te proteja
Como sempre fez
E que não mais veja
Tal Sismo outra vez.

E finda o espaço
Da minha escritura
Num cândido abraço
De Amor e Ternura!

1/1/2020

Rosa Silva ("Azoriana")