De repente
Deu-me uma saudade
Dos meus filhos pequenos
Retalhos de uma idade
Bordada de acenos.
Acenavam à alegria
De pedir Pão-por-Deus
Que de retalhos enchia
A magia dos seus.
Guloseimas de ternura
Corriam na mesa inteira
Quando finda a cultura
De alegria quanta queira.
Hoje vivo da lembrança
Tão perto dos filhos meus
E sempre na esperança
De terem bom Pão-por-Deus.
Pão-por-Deus é de lembrar
Que há partilha do Amor
Todos-os-Santos honrar
E também o Salvador.
Queria tê-los ao colo
[Na certa não tenho mais]
Brincando e rindo no solo
...como os queria iguais!
Rosa Silva ("Azoriana")