22.08.21 | Rosa Silva ("Azoriana")
Tomei conhecimento Que, de novo, o evento, Não terá a Procissão... Não há arcos e tapetes Muita gente, nem foguetes Apenas a transmissão. Não sei se a segunda-feira Que dá folga à Terceira É para ser venerada; Sei que é de devoção Mais que uma tradição Ela ser ao Povo dada. Senhora Mãe da Serreta, Do mundo, nosso planeta, Que vive atormentado... Há que pedir e orar Para Ela nos ajudar E a quem está adoentado. Mãe dos Homens e do Amor, Mãe do Filho Salvador Que reina em viva Luz: Traz a cura à sociedade, Tira o mal da humanidade... Pede por nós a Jesus! Rosa Silva ("Azoriana")
21.08.21 | Rosa Silva ("Azoriana")
São cravos feitos de renda Era eu ainda solteira E não tiveram emenda Pela vizinha "parteira". Num cristal na prateleira Que seu valor se entenda Guardei-os a vida inteira Para mim mais linda prenda. Foi a senhora Palmira Das catorze, se dizia, Que croché assim fazia. Ensinou-me, não admira; Quão feliz me deu a sorte... Que a Mãe do Céu a conforte. Rosa Silva ("Azoriana")
P. S. Informação fornecida pelo neto Victor Teixeira: Palmira de Jesus Sousa nasceu a 29 de novembro de 1911 e faleceu em janeiro de 1995.
19.08.21 | Rosa Silva ("Azoriana")
Sou cálice da amargura Nem a rima me consola A lágrima quase descola No declínio da ternura. Sou vaso de planta obscura Um campo verde sem bola Uma corda sem viola Corpo sem temperatura. Tingo-me de paciência Colho tanta reticência À espera de me entender. Não faço ainda a fugida, Não rasgo o pano da vida Para alguém o estender.. Rosa Silva ("Azoriana")
17.08.21 | Rosa Silva ("Azoriana")
Já não sou o que já fui Mas fica a recordação; O meu verso ainda flui P'ra me dar consolação. Que se viva o que for O que resta amiúde Que haja paz e amor O resto haja saúde. Tudo é fácil em palavra Resta mesmo é usufruir Cada quadra que se lavra Tem a estante do porvir. Não escrevo o que escrevia Na conjuntura atual Vou vivendo o dia-a-dia Nada mais será igual. Estive no paraíso Voltei ao meu escritório Faço tudo o que é preciso Com mais dor no purgatório. A quem agora me lê E me vê pelos caminhos... Nem tentem saber porquê Porque os pés veem sozinhos. Sozinhos e com Maria E seu Filho muito amado; Quando faço a travessia Ouço o sino afinado. Sou avessa ao ruído Porque fere todo o ser Principalmente o ouvido Muito mais possa reter. Nesta hora matinal De um agosto presente; Perto o ano do final Que se viva mais contente. Para em dezena acabar De quadras todas a eito Dizem que é bom em par Para não causar defeito. Rosa Silva ("Azoriana")
07.08.21 | Rosa Silva ("Azoriana")
I. AidaPareces uma rainha E uma flor natural Não é só ideia minha Creio ser universal. Se vontade eu já tinha De ser avó maternal Agora se adivinha Que a vontade é brutal. Ver-te, assim, lindo presente, À luz do omnipotente, É criar expetativa. Toda a natureza canta, O refrão que nos encanta, E encanta nova vida! II. AmoresEis o quadro principal , Fruto de cumplicidade, De amor, que na verdade, É a raiz do casal. No ventre, em especial, Há amor que sempre há de Ser ponte de igualdade No coração ideal. Felizes sejam os três Porque a Matilde já fez Emoção à flor da pele. Venha ela, a vossa filha, Que na floresta da ilha, Já formou nobre papel. III. Aida & família Aida de rosas c'roada, Em jogo de maravilha, À natura igualada, No oitavo mês da filha. Por Deus seja amparada, Na beleza da partilha, Seja leve a alvorada, Da alva cor que já brilha. Eu rimo a toda a hora, E me liberto agora, Nos versos sempre a fio... À Aida e nossa Matilde, No ventre ainda humilde, Louvo a foto que me riu. Rosa Silva ("Azoriana")
04.08.21 | Rosa Silva ("Azoriana")
A Serreta é minha mãe E dos poucos que já tem A viver no seu regaço Cada um tem sua história Com os lírios de glória E as flores de um abraço. Tenho uma amiga Maria... Esteves, que está sozinha E tinha uma casa cheia. Agora nos vemos mais Nestas redes sociais Que a amizade ateia. Quando visitar Maria A Virgem da Romaria Por estar aí tão perto Baixinho diga que amo E por Ela sempre chamo Com um sorriso aberto. A rosa mais perfumada Seja no altar içada Como a Bandeira no adro. Julgo que mais uma vez Sua Festa no seu mês Será de novo um quadro. Não há mão na pandemia Há gente em demasia À mistura no planeta. Os milagres podem vir Se os Homens no porvir Rezarem mais na Serreta. Rosa Silva ("Azoriana")