Flores entre pedras (Folhadais - junho de 2022)
Não fui sempre amante de flores e pedras (escolhidas a dedo ou recortes de grandes muros). Há uns tempos a esta parte, optei por dar-lhes espaço no meu recanto de todos os dias. Só me ausento nas horas não laborais, porque as horas oficiais são sagradas e para se cumprir.
Quando olho para as minhas flores, em crescendo (foram oferecidas por uma amiga serretense, da Cova da Serreta), penso que poderão gostar do que falo com elas e da maneira que as olho. Não lhes quero mal, quero-as da maneira que se deram para o meu olhar. Pode haver olhares "perigosos", quando, inadvertidamente, pousam nelas. É o chamado "mau olhado". Que esse mal se volte sempre para quem o deita e não para o destinatário.
Nem sempre fui crente nesses "olhares malignos"... Mas que os há, lá isso há. Portanto, fica o aviso: se olhares para mim, ou para as minhas flores entre pedras, não lhes deites nenhum olhar malicioso porque irá voltar-se para ti em dobro. Muito cuidado! Quem avisa, amiga é! Diz sempre: Deus as guarde!
Sejam felizes com as vossas flores em jardins e campos sem fim! "Não se deseja mal ao vizinho, porque o nosso vem a caminho" - é um ditado antigo e valioso. Que se cumpra com Amor.
Canada dos Folhadais, 26 de junho de 2022
Rosa Silva ("Azoriana")
P. S. Não fiz quadra rimada de propósito. Geralmente escrevo prosa quando estou um pouco arreliada.