Começar a ler do fim (antes que o verbo mude)
Não sei se é normal
Ou antes paradoxal
Escrever sobre a Serreta;
O que penso e vos digo
É que sempre anda comigo
Essa primeira faceta.
Às vezes estou calada
De noite ou madrugada
Dentro da minha conchinha...
Então algo me ressoa
E é para lá que voa
A escrita doce e minha.
Vivo, assim, neste retrato,
Sem papel, nem acetato,
Até que chegue o tal dia...
Até lá vou escrevendo
O que sinto e vou mantendo
Só para minha alegria.
Se comigo tu comungas
De empatia e não resmungas
Por me leres amiúde
Então converte a saudade,
Que possas ter de verdade,
Vem antes que o verbo mude.
Rosa Silva ("Azoriana")