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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem

Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1006)

Motivo para escrever:

Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.

Rosa Silva ("Azoriana")

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Com os melhores agradecimentos pelas:

1. Entrevista a 2 de abril in "Kanal ilha 3"



2. Entrevista a 5 de dezembro in "Kanal das Doze"



3. Entrevista a 18 de novembro 2023 in "Kanal Açor"


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Na hora da Mãe

30.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Vou visitar minha Mãe
Que é a Mãe verdadeira
Porque Ela é que tem
A minha à sua beira.

Se a Mãe me proteger,
* E protege certamente *
De mim irá receber
O maior beijo contente.

Sou da ilha que me criou
E criou mais emigrantes
Há quem a ela voltou
Com mais saudades que antes.

Minha Mãe, mãe adorada,
Zela por nós pecadores,
Sejas sempre muito amada,
Pelos crentes dos Açores.

Na volta, a terra inteira,
Se dá volta por agrado,
Voltar à ilha Terceira
É o sonho realizado.

Sou da ilha mais festiva,
Dizem vocês, com efeito,
Que nela e por ela viva,
Sempre com maior respeito.

Improviso é coisa louca,
E eu amo a loucura,
Que saia da minha boca,
Tudo o que seja ternura.

Meu amor por Ti é tanto,
E por quem me tem amado,
Pai, Filho e Esp'írto Santo,
E o Povo mais sagrado.

A vida tem atropelos,
Tem ações menos vistosas,
Perdoem os meus novelos,
Perdoem almas bondosas.

Só Deus pode avaliar,
O defeito de cada um,
E a quem me perdoar
É de Deus filho incomum.

Viva a alma da canção,
Que se faz do próprio dom,
Um abraço e mão-na-mão,
A quem comunga meu tom.

Rosa Silva ("Azoriana")

para Zé Nandes (como se fosse o próprio)

À vista do coração

14.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Pasme-se em recordação
Dos dias aventurados
Que à vista do coração
Foram sempre moldurados.

Às vezes tenho a tendência
De isolar-me em pensamento
Mas contudo a evidência
É voltar ao que nem tento.

Mudar a visão da vida
Custa muito a cada um
O destino fez a medida
Que a todos é incomum.

Não se pode alterar
O que não tem mutação
Para bem há que tolerar
A diferente vocação.

Vocação é coisa una
Pertinente sem igual
Não lhe dês qualquer lacuna
Nem fingir outra que tal.

Se fingimos o que não somos
E não o somos inteiros
É levar a vida em gomos
Infelizes e desordeiros.

Rosa Silva ("Azoriana")

Nota: quando se escreve (em direto) como é o meu caso, consoante o que assola à mente, e depois volto a reler, fico a pensar que há sinais constantes na minha passagem terrena para me indicar o caminho, a verdade e a vida.

Ninguém deve incutir seja o que for a outrem, se esse outrem não tem perfil para seguir outra maneira de estar e ser. Cada qual é como é e temos de tolerar as diferenças. Tenho que repetir isto "n" vezes e todos os dias...

Não posso ser o que não sou!

Mar arisco

13.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Vejo pegadas no mar
Salpicos de vento à proa
Mesmo sem barco atracar
Já se vê nova pessoa.

Para o tempo há espera
Para esta há o momento
Onde também desespera
Quem não tolera o vento.

Hoje é dia de viagem
Para quem o pode fazer
Eu ancoro na mensagem
E dou a quem quiser ler.

Já me assusta o "barquinho"
No trémito vai-e-vem
Prefiro duro caminho
Menos os que são do trem.

Rosa Silva ("Azoriana")

Nos sorrisos

12.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Há sorrisos que nos beijam
Sem sequer estarmos ao pé
E outros que nos desejam
Não ser mais do que se é.

Há sorrisos em dias claros
Quando clara é a vida
Que depois se tornam raros
Na onda de uma caída.

Se hoje tu não te quedas
Num sorriso habitual
Porém vê se não o vedas
A outro sorriso igual.

Olha para o que trilhaste
Quando é dura a caminhada
Se a ninguém tu magoaste
Deus sorri sem custar nada.

Rosa Silva ("Azoriana")

Cortejo de versos

10.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")



Ainda paira por mim
Uma graça de versejo
Quando olho o folhetim
Da parede do desejo.

É uma tela enfeitada
Da minha simplicidade
Nem perdida nem achada
É assim e mais não há de.

Cada vez que me enfeito
De versos d'inspiração
Virá alguém de bom jeito
Alegrar meu coração.

É um coração partido
Pelos raios da saudade
Que me segreda ao ouvido
O poder da amizade.

E a prima, minha amiga,
Que me veio visitar,
Traz ao peito a cantiga
Do seu pai sempre a rimar.

Ti'António sempre foi
Um rimador de primeira
E agora só me dói
Não o ter à minha beira.

Rosa Silva ("Azoriana")

Bordado de vento

09.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Ah! Acordei a pensar
O que sempre pensei
Que adoro o meu lar
E o pouco que sei.

Sei do sol a beijar
A fronte da janela;
Quem me vê acordar
É minha sentinela.

Sei da lua e luar
Com brilho de cetim
E de canção do mar
Se o refrão é por mim.

Só não sei o que vai
Ser do meu pensamento
Quando lembro do pai,
Num bordado de vento.

Rosa Silva ("Azoriana")

A propósito de ontem e hoje (o amanhã é maçã com nódoas). Nem sempre se ganha ou perde...

05.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Nada é nosso totalmente
Nada fica para alguém
Tudo vai constantemente
Nas partidas que se têm.

Nada deve ser invejado
Porque a inveja é severa
E quem está do teu lado
Aguenta mais do que espera.

Vive a vida sem invejar
O que vês de aparência
No que pode sobejar
Há sempre a consequência.

O que nunca sobejou
Foi o amor verdadeiro
Nem sempre se conquistou
Nem sempre vem a terreiro.

Rosa Silva ("Azoriana")

Tenho que dizer

04.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Tenho que dizer
O que não se pode fazer
Ninguém ou alguém
Pessoa de bem
Devia, em hipótese alguma,
Molestar um ser humano
Ou animal
Muito menos uma CRIANÇA.

As crianças de tenra idade
Não tem maldade
São inocentes

Nós é que damos o mau exemplo, muita vez.
Não há perdão para quem mata ou maltrata,
Mas devia-se aniquilar um matador, seja em que lugar for.
Eu já fui criança e sei o que tanta vez acontecia e ninguém sabia...

Hoje tudo se sabe ou quase... Rosa Silva ("Azoriana")

Olhos vitrais

03.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Desses teus olhos fervilham
Toda a musicalidade
Nos contornos que partilham
A tua generosidade.

Viva a ternura de olhar
A riqueza de existires
Para tanto me orgulhar
Desse dom tu possuíres.

Minha filha, que é una,
Em feminina aparência,
Nunca me deste lacuna
Com dois irmãos conivência.

Viva a terra dos Amores,
De alegrias e festas,
De encantos e sabores
E de uma alegria destas.

Rosa Silva ("Azoriana")

Carinhos de agosto

03.08.24 | Rosa Silva ("Azoriana")

Sons entrelaçados,
Quentes, dourados,
P'las sombras do rosto
Carinhos de agosto
Na imagem da terra
Colada à serra
Da ilha que canta
O sol da garganta
À beira do mar
De areia a dançar.
E o corpo esvoaça
Como que abraça
A vista comum
Que somente Um
Criou para ser
Mote p'ra escrever.

E escrevo a meu jeito
Em silêncio feito
Na cor de uma tarde
Sem fazer alarde.

Se isto é AMAR?!
Sim! Então deixa estar...

Rosa Silva ("Azoriana")

garagem.jpg

Nota: o dia que acabei as mudanças e limpezas.

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