À vista do coração
Pasme-se em recordação
Dos dias aventurados
Que à vista do coração
Foram sempre moldurados.
Às vezes tenho a tendência
De isolar-me em pensamento
Mas contudo a evidência
É voltar ao que nem tento.
Mudar a visão da vida
Custa muito a cada um
O destino fez a medida
Que a todos é incomum.
Não se pode alterar
O que não tem mutação
Para bem há que tolerar
A diferente vocação.
Vocação é coisa una
Pertinente sem igual
Não lhe dês qualquer lacuna
Nem fingir outra que tal.
Se fingimos o que não somos
E não o somos inteiros
É levar a vida em gomos
Infelizes e desordeiros.
Rosa Silva ("Azoriana")
Nota: quando se escreve (em direto) como é o meu caso, consoante o que assola à mente, e depois volto a reler, fico a pensar que há sinais constantes na minha passagem terrena para me indicar o caminho, a verdade e a vida.
Ninguém deve incutir seja o que for a outrem, se esse outrem não tem perfil para seguir outra maneira de estar e ser. Cada qual é como é e temos de tolerar as diferenças. Tenho que repetir isto "n" vezes e todos os dias...
Não posso ser o que não sou!