A propósito de um texto que li (da vivência atual)
O oposto do passado
Que vigora no presente
Quem está ao nosso lado
É que partilha o que sente
Quanto mais está isolado
Que nem mostra o dente.
Uma mudança atroz
Que impera atualmente
É ninguém ligar a nós
Nem sequer mostrar o dente
Talvez por ser tão veloz
O dia e noite igualmente.
Se perguntarem por mim (¿)
Se acaso estou doente (?)
Podem responder assim:
Não está, e felizmente!
Agora vai ser ruim
O que virá daqui p'ra frente.
A doença que eu tenho
Alastra no mundo inteiro
É fazer com mais empenho
O trabalho em primeiro...
Se falho neste desenho?!
Não se cave o cativeiro.
Minha gente, se amiga,
Na verdadeira acepção,
Por muito que hoje diga,
Não serve de mutação,
O mundo vai na intriga
Menos vai na salvação.
E quem seguir ignorante
Dos males que a terra têm
Vive talvez radiante
Sem perder muito vintém
E se do mal distante
Muito melhor vida advém.
Abraço aquele e aquela
Que de mim é favorito
Não importa qual sequela
No que foi hoje escrito;
Viva (ou não) em "vida bela"
Não diga é dito por não dito.
Há muita aranha na teia
Que não se vê à primeira;
Há muito grão de areia
Que não passa na joeira,
Mas há a falha que ateia
Muito "fogo" na Terceira.
Rosa Silva ("Azoriana")