Centro Cultural e de Congressos de Angra do Heroísmo
Cheguei. Entrei. Sentei. Espero o 7.2 que vivi intensamente, até hoje. Não é fácil esquecer escombros, feridos e mortos. Não é fácil perder o frio gélido no corpo e alma. Onde estarão as almas dos corpos caídos entre pedras, ombreiras, pilares de pedra talhada à mão? Tudo ruía sem dó nem piedade. E o relógio maior fechou-se em si, às 20 para as quatro de uma tarde amena, sem chuva. Depois restaram apenas casacos (o grande e amarelo da minha mãe), mantas, cobertores e roupas tristes. O que será que vou ver hoje, pelas 21 horas de uma terça-feira, do mês de setembro/2024, passados 44 anos da catástrofe... tinha os meus 15 (em abril fazia os 16) anos e hoje 60.
[Pausa]
Dez para as 23 horas. Regresso ao lar. Dei os parabéns. Batemos palmas. Excelência de obra. Jorge Silveira Monjardino merece os maiores louvores e agradecimentos. Todos os intervenientes foram maravilhosos.
Uma tragédia que arrepia e, no entanto, fez-me viver tudo de novo, como se fosse o primeiro de janeiro de 1980, 15:40.
Rosa Silva ("Azoriana")