A quem servir
Há uma parte que anda
À volta do sacerdote
Parece que é quem manda
Ou que vai deixar o dote.
À classe que é mais antiga
É preciso ter atenção
Dê uma volta à cantiga
E ponha jovens em ação.
A juventude se afasta
E dou alguma razão
A igreja não é nefasta
Nefasto é quem não dá Pão.
Relembro eu que já vi
Levar a Nossa Senhora
Ramos de flores e senti
Ser prémio pra quem adora.
Quem ama a Virgem Mãe
No símbolo tão natural
Acredito que já tem
Um lugar especial.
Eu pecadora me assino
E na rima repetente
Que siga em bom destino
Meu abraço tão somente.
A santa da minha mãe,
Matilde, que Deus levou,
No martírio foi além
E uma missão me deixou.
P'ra falar mais da Serreta
E dos Milagres sem fim
Da capelinha só preta
Sem ter tido um Jardim.
Quem vai à zona das Vinhas
No Queimado, ao Farol,
Percebe as quadras minhas
Na despedida do sol.
Bendito e louvado seja
Quem me lê com alegria
E quem serve a Igreja
Tem Deus sempre em cada dia.
Rosa Silva ("Azoriana")
Nascida na freguesia da Serreta e residente em São Carlos há 15 anos