A Serreta antiga (dedicatória a Guilherme Reis Toledo)
Tem valores de outrora
[Que estou certa ainda há]
E que nos diz sem demora
O que se passava por cá.
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O sr. Guilherme Toledo
Fala com José M. Gabriel,
Foi e é homem sem medo
Que bem fez o seu papel.
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Moinhos, palheiros e eiras,
Gente, obras e artigos,
Homem de boas maneiras
Que conduziu amigos.
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Do Farol (que foi "casino"),
Filarmónica primeira,
Do aço que deu destino
Aos arados prá "biqueira".
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As lembranças tão reais,
Dos ingleses e americanos,
E de nossos que são pais
De tantos açorianos.
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Nado em S. Sebastião,
Essa relíquia oral,
Veio pra ser nosso "irmão",
Órfão de pai natural.
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Lembro que a sua esposa,
Me dizia alegremente,
Que meu pai, que já repousa,
"Tava lá no meu nascente.
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Avisado que eu nascia,
Naquele dia de petas,
Em abril se descobria
Uma verdade sem tretas.
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Digo, no fim, em primeiro,
Porque em vida é um presente:
Um abraço verdadeiro,
Ao motorista competente.
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É relíquia do Bem,
Aquilo que faço e posso...
É Amor o que se tem,
Por tudo o que é tão nosso!
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Rosa Silva ("Azoriana")