Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Partilha com no

Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico da Listagem,
de 1.023 sonetilhos/sonetos filhos

Sonho

29.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

O mar não chora
Só se demora
No meu olhar
E pouco a pouco
Anda tão louco
A balançar.

O mar da vida
É uma avenida
Em tons de anil
Pode parecer
E até ser
Sonho de abril.

E o mar revolto
Só anda solto
Quando severo
Mas o meu mar
Só vai soltar
Quando não quero.

Lá, lá, lá, lá,
La-ri-lá-lá,
O mar não chora!
Lá, lá, lá, lá,
La-ri-lá-lá,
Talvez agora...

Rosa Silva ("Azoriana")

Para a Rádio Voz dos Açores, de Euclides Alvares: Era uma vez nas Lajes (da ilha Terceira)

27.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

Pelo que sei, minha mãe,
Havia de ter três anos,
Quando a Base nasce bem
Com ingleses e americanos.

Ao lado de carros "feios"
Se viam carros de bois,
Que, para mim, eram asseios,
Dos nossos velhos heróis.

Chapéu, colete e casaco,
Aguilhada sempre à mão,
Tantas vezes com o saco
Vazio de opinião.

Lá se foi fazendo a pista,
Para aterrar aviões
E as Lajes foi conquista
De duas grandes nações.

E nossas mulheres lavavam
A roupa dos militares
Creio que algumas casavam
Sonhando com ricos lares.

O meu pai, mais tarde, vem,
Para trabalhar na Base,
Conheceu a minha mãe
Já em outra nova fase.

Do Pico para a Terceira,
E de outras ilhas mais,
Veio tanta gente ordeira,
Com desejos laborais.

E as Lajes incutiu
Na mente do pessoal
Que o novo desafio
Era pra bem e menos mal.

Entretanto, a vida corre,
Em caminhos diferentes,
O que foi bom, até morre,
E salvem-se, ora, as gentes.

Quem pudesse adivinhar
O paraíso na terra
E de vez o mal acabar
Com o fim de tanta guerra.

Rosa Silva ("Azoriana")

São João Batista (em Angra do Heroísmo)

26.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

E no trono, mesmo a meio,
Está o Santo popular,
Podem dizer que é feio,
Mas garante o seu lugar.

A beleza tem a vista
De quem anda pla Cidade,
E na capa de revista
Põe-se o que for de vontade.

Coloca a alma da Festa,
Que se versa por dez dias,
Se houver mais como esta
Há progresso e mais-valias.

No entanto e, com rigor,
Vos digo e apenas isto:
Ao lado do escultor
Estaria Jesus Cristo?! 🙂

Rosa Silva ("Azoriana")

O problema Tempo

26.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

Há sempre tempo e o tempo não muda. Nós é que mudamos e não temos tempo.
Para quem espera o TEMPO é enorme. Para quem quer tempo o TEMPO corre acelerado.
E andamos nós sempre ao correr do tempo. Até acertar demoramos uma vida que se transforma, num repente, em todo o tempo do mundo.
Há dias que me apetece desenhar o TEMPO. Mas nunca me dá tempo para acertar a linha, porque o tempo é um novelo.
O tempo até pode ser um garrafão, sem rolha; uma caixa sem tampa; uma lanterna sem luz... mas nada trabalha sem tempo.
E farto-me do trabalho a tempo cortado, intervalado. Quero seguir na certeza do tempo assertivo, na medida da eficiência. Mas haverá, ainda, tempo para a eficácia? O desnorte acontece aos mais maduros no tempo. E qual tempo virá depois?! O único que não o tem.

O tempo não dorme... nós é que tendemos a dormir em qualquer posição que negue o tempo que passa por nós.
Será uma tese para um exame (sem tempo)? Talvez. Que digam os que fazem exames.
Rosa Silva ("Azoriana")

Em dias assim os botões irão abrir

23.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

botao.jpg

No rescaldo da manhã
Quase a prender-se à tarde,
Vejo a natureza sã
Sem ouvir muito alarde.

É o botão que encaro
Produzindo a alegria
De ver que é quase raro
No prazer de novo dia.

E já outro mais afoito
Se abre aos quatro-ventos
Se despindo de um coito
E do chão dos seus talentos.

Viva a linda natureza
Que me dá anos de vida
E à formiga realeza
De não se ver em partida.

Rosa Silva ("Azoriana")

 

Bom Júlio aos 33!

21.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

Trinta e três de mansidão,
De virtude e honradez,
Com Jesus no coração
E humildade porque Crês!

Júlio Rocha nos conquista
Pela Graça e pla Palavra
É mesmo, a perder de vista,
A Bondade que bem lavra.

E creio, espero e rezo,
Para que tenha improviso,
E que a rima que embelezo
Lhe plante sempre um sorriso.

Venha de onde vier,
Minha grata inspiração,
Vou fazer o que puder
Pró Louvar na oração.

Rosa Silva ("Azoriana")

Cidade de Amores

21.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

O mundo chegou à cidade
Inteirinho pelo seu pé
Num retalho de saudade
Bordou a rua da Sé.

Sim! A Sé que ousa unir
O povo de lés-a-lés
Sonhou e vai conseguir
Ter o mundo a seus pés.

Ó que linda a Lealdade,
A nobreza e heroísmo,
Que pulula na Cidade
Que atrai doce lirismo.

E Camões, que é herói,
Da Cidade se faz dono,
E vai contar como foi
Ter em Angra Amor e trono.

Rosa Silva ("Azoriana")

Meu AMOR

15.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

Estou feliz assim como sou
Não se invente nada mais
Ser de mim, ser Folhadais,
É a Flor que me restou.

E os filhos irmanados
De azul celestial
Por serem os coroados
De imenso festival.

Cruz e Coroas prediletas
Pela alma da Terceira
Cumprem sempre suas metas
À roda da ilha inteira.

Meu AMOR é Jesus Cristo
Que é Filho, Espirito Santo,
E encima tudo isto
Nosso Pai, que gosto tanto.

Rosa Silva ("Azoriana")

Santíssima Trindade

15.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

Pelos poros desta ilha
Que se povoa de fé
Tudo parece que brilha
Quando o Sol vem como é.

E as colchas nas janelas
Marcam uma tradição
E das mãos de umas donzelas
A bela recordação.

A Serra da Ribeirinha
Fiz questão de procurar
E tenho na ideia minha
Pão divino arrecadar.

É o Pão da caridade
Colorido de simpatia
Da Santíssima Trindade
E da Coroa d'Alegria.

Rosa Silva ("Azoriana")

Seis sextilhas para Ze Freitas

12.06.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

Em Ontario há um "Pastor",
Que trata com muito Amor
Uma quinta de galinhas...
É bom vê-las tão felizes,
Honrando outras raízes,
E jamais estão sozinhas.

Tem a bondade do Zé
Que está sempre ao pé
E as trata como rainhas...
Quando voltar à Terceira,
Ilha da sua bandeira,
Há de trazer as galinhas.

Se acaso não puder,
Traga a sua mulher,
Para juntos, na esquadria,
Ensinar o seu irmão,
Que além de dar ração,
Faça "hotel" com alegria.

Galinhas com galos novos
São medonhas pra pôr ovos
Pra gente fazer os bolos...
Para quem nos visitar
Puder, então, merendar,
E não nos chamarem tolos 🙂

Passo, agora, adiante,
Porque Ze, mesmo emigrante,
Não esquece a sua origem;
Se nos fizeres a visita,
Pensa só na Mãe bonita
Que é mesmo a Santa Virgem.

Um abraço para ti,
E dos que vivem aí,
Em verdadeira união...
Um beijinho também dá
A quem nesse Canadá
Ama a nossa Região.

Rosa Silva ("Azoriana")

Pág. 1/3