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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

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Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico da Listagem,
de 1.023 sonetilhos/sonetos filhos

Que em Paz esteja (Fernando Fernandes)

10.09.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

O coração de um pai
Habita no do seu filho
E quando da vida sai
Mantém em ti o seu brilho.

Parabéns para o Céu
Em Paz a Alma esteja
Em cada amigo ilhéu
Um bom sorriso se veja.

Fernando Fernandes se foi
Da vida e natureza
Vejo no rosto o herói
E na cantiga a beleza.

Cantou comigo umas vezes
E das vezes que me cantou
Nunca me deu revezes
E seu sorriso plantou.

Rosa Silva ("Azoriana")

Serreta

09.09.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

É um abraço de terra
É um sorriso de Deus
Um altar prós filhos seus
No vale da baixa serra.

É um olhar sorridente
E outro rico de dor,
Da Mãe de Cristo, Senhor,
Que recebe toda a gente.

Em tempo de romaria,
Chama a Si o povo crente,
E quer ver-se novamente
No Altar que outrora via.

Que as flores do Seu Jardim,
Depostas junto ao Altar,
Se possam, hoje, transformar,
Em esmolas para bom fim.

Santuário Diocesano
É tudo na freguesia;
A morada de Maria
É Altar Açoriano.

A fé caminha do berço,
Que nos dá a Criação
E nas contas da Oração
Se faz a obra do Terço.

Rosa Silva ("Azoriana")

Falar da Casa do Romeiro, na Mata da Serreta

09.09.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

Faz 35 anos anos que existe a legislação regional sobre a Reserva Natural da Serreta. No tempo que não havia veículos automóveis, as pessoas vinham em carros de bois, com os apetrechos necessários para uma estadia razoavelmente confortável, na festa maior da freguesia da Serreta, em setembro de cada ano, que se tivesse início à segunda-feira, a festa seria na terceira semana, caso contrário, seria na segunda semana de setembro, precedida de novena temática, para acolher todos os credos da ilha. Essas pessoas que vinham de propósito para estar os dias principais, recolhiam-se na Casa do Romeiro para descanso e depois continuação da romagem, vindos, sobretudo, e claro está, da zona de Biscoitos, Altares, Raminho ou de mais longe.

As pessoas mais divertidas tinham sempre motivo para brincadeiras e bons convívios na prazerosa Mata da Serreta, que era bem propícia a "manjares" modestos, mas com os frutos da terra ou as fogueiras para a brasa necessária a algum assado.

Também coziam pão que, fresco e perfumado pela bons ares, fazia as delícias de pequenos e graúdos. Era uma verdadeira alegria para quem os via naquelas paragens repletas de eucaliptos e faias, que ninguém dispensava e se observavam por todo o lado.

Até era comum, muita gente procurar aquele lugar pitoresco e fresco da ilha, para se curar de algum mal, pois, e eu mesma acho, que é o pulmão da ilha Terceira.

Quem passa pela Mata, nem precisa de hora exata, mas o pôr do sol é o regalo de todos os olhares e a extinta Estalagem da Serreta era, sem sombra de dúvida, a maior atração de outras épocas felizes. A Casa do Romeiro está muito renovada e atraente, com possível visita, de acordo com quem tem a mesma a seu cuidado. Ir à freguesia da Serreta, que o é desde janeiro de 1862, e não ir à Mata da Serreta, é como que deixar uma parte do corpo despida. A Mata é o luxo serretense, é um verde mesclado, com os galos e galinhas à sua inteira vontade, povoando a imensa solidão caprichosa e linda.

A Casa do Romeiro é um exemplo de bem receber quem a pé se possa ver. Com as comunicações atuais é muito mais fácil visitar as instalações, que devem ser preservadas e limpas, se alguma refeição quiser fazer.

O Dia da Freguesia da Serreta é sempre comemorado na Mata da Serreta, pela Junta de Freguesia, com vários ajudantes e entusiastas. Nessa data, que coincide com o mês de julho, a Casa do Romeiro, até parece sorrir a todos os filhos da freguesia que são convidados e comungam de um verdadeiro banquete ao ar livre. Há comes-e-bebes que duram a tarde toda, sempre com a união e alegria dos serretenses e amigos dos mesmos.

"l) Reserva da Serreta: confronta, a norte, com os prédios de João Cardoso Jacques, de João Machado Dinis e de Manuel Medeiros Romeiro; a nascente, com os prédios de Guilherme Augusto Reis, de António Cota Machado, de José Machado Esteves, de Manuel Machado Fagundes, de Manuel Gonçalves Ferreira, de Manuel Sousa Coelho e com o terreno da Direção Regional dos Recursos Florestais, à cota aproximada dos 280 m; a sul, com o caminho florestal do Pico Carneiro, e, a poente, com o mesmo caminho e com os prédios de Alexandrina de Jesus Cota e de Manuel Mendes Romeiro;"
Fonte: Decreto Legislativo Regional nº 16/89/A, de 30 de agosto.

Quem souber de mais algum pormenor interessante pode partilhar que ficarei muito contente e agradecida.

Podem ler mais sobre o tema em:

Mata da Serreta. Reserva Florestal de Recreio da RAA, por DLR 16/89/A, de 30 de agosto.
Recordatória serretense.
Dia da Freguesia da Serreta 2009.

Rosa Silva ("Azoriana")

13 de setembro 2025 [Sábado da Serreta]

02.09.25 | Rosa Silva ("Azoriana")

Girassol

Pelo Sábado da Serreta [13/09/2025] - noves fora = 4.

A Serreta ainda me chama, com uma voz interior, porque Ela me (nos) ama e também lhe devo Amor.
As voltas que a vida tece, há sempre uma volta a dar, por quem jamais nos esquece e continua a chamar.
A ilha toda se apruma, a visitar a Mãe justa, e eu de forma alguma, não hesito nem me custa.
Quero ver, se cá estiver, bela cor de horizonte, e madrugar quando houver, Alvorada, bem de fronte.
No dia treze é a Banda, que enfeita o santo largo, e o Fogo que desanda, por todos está a cargo.
É ouvir o Hino então, às zero horas florais, com a mão no coração, por quem d'Ela gosta mais.
Minha mãe se fosse viva, teria 85 anos, na minha mente cativa e de alguns açorianos.
Foi devota cem por cento, e legou a devoção, a quem no seu aposento, aceitou essa função.
Se agora me alonguei, na minha escrita rimada, foi a honra que lhe dei, a escrever mesmo deitada.
Há emoções a valer, há orações coroadas, e no canto a escrever, são as nossas mães beijadas.
Beijadas com tal ternura, que até causa espanto, e na letra com doçura, há o Amor, de amar tanto.
Ofereço as soltas linhas, a quem, por mim, quiser ler, podem ser ideias minhas, mas partilho, podem crer.

Rosa Silva ("Azoriana")

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