«Chuva de rimas» - Azoriana e Cagarra (Parte III)
A Cagarra continua a bom cantar:
117
Se em Sta Maria há cantadores
Desconheço tal maravilha
Só estou descobrindo esses valores
Agora e aqui na sua ilha
118
Mas prometo que vou perguntar
Quando lá for matar saudades
E quando à Terceira regressar
Veremos se trago novidades
119
Cantoria ao desafio com certeza
Por animar festas e bodas
Deve ser uma beleza
Cantada nas ilhas todas
120
Diz que ainda se vai falar
Da Trulú nos próximos dias
Tal pena não poder acompanhar
Não conheço essas cantorias
121
Só sei que foi Cantadeira
Dos mais distintos valores
Que elevou não só a Terceira
Mas o nome dos Açores
122
Fico a desejar que Sta Maria
Também tenha tido alguém
Que na arte da cantoria
A tenha honrado também
123
Por agora só vos peço
Que me deixem ir ao afago
Da minha ilha e no regresso
Veremos o que vos trago
124
Se alguém tiver havido
E se houver alguém agora
Não deixarei esquecido
E falarei deles nessa hora
125
Tenho aqui que registar
Um prazer grande que senti:
O "Ideias e Ideais" a rimar
Connosco, também, aqui
126
Fui apanhada de surpresa
Nunca tinha nisso pensado
Que com a minha pobreza
De rima fizesse alguém inspirado
127
O "Ilhas" disse que se lembrou
Do Centenário data bela;
Diga-me se com ela cantou
Para se lembrar assim dela
128
Se ela nasceu há cem anos
Assim saudosamente contados
Deve ter feito versos sem enganos
Para serem ainda lembrados
129
Mas o "Ilhas" fala ainda mais:
Gostaria de a ouvir cantar
Nos arraiais com o Ângelo...
De quem é que ele está a falar?
130
Tomar café p'ra já, não
Neste vida não gosto de planos
Tudo tem a sua ocasião
Nem que seja daqui uns anos
131
Há uma teoria que acredito
'Nada acontece por acaso'
Há coisas que não premedito
Mas pensarei no seu caso
132
A amizade entre linhas
Atinge um especial sabor
São dessas pequenas coisinhas
Que por vezes nasce o "amor"
133
Talvez o destino já nos cruzou
Sem sabermos de tal sucedido
Só que não sabe quem eu sou
Nem eu a teria reconhecido
134
Mas como pequeno é o mundo
E não a quero desapontar
Vamos acreditar a fundo:
Um dia havemos de nos encontrar.
5/12/2007
A Cagarra
A Azoriana responde assim:
135
Continua a cantoria
«Chuva de rimas» perdura
Fica então para outro dia
O encontro da "ternura".
136
Desconheço os cantadores
Que vivem na sua ilha
Nesta lilás dos Açores
Tem um que faz maravilha.
137
Natural de Santa Maria
Vive na ilha Terceira
Costuma ir na cantoria
Não estive à sua beira.
138
Dizem que tem bons valores
E que canta sem demora
Basta que seja dos Açores
Nas Quatro Ribeiras mora.
139
Da Turlú eu sempre ouvi
Falar com categoria
E muito eu já escrevi
Ser como ela eu queria.
140
Mas sei que nunca serei
Cantadeira como ela
Porque as vezes que eu rimei
Foi aqui nesta aguarela.
141
Por ora ninguém se atreveu
A cantar comigo ao vivo
O "ilhas" do Porto Judeu
É que me dá incentivo.
142
Mas não perco a esperança
E treino a qualquer hora
As cantigas de uma dança
Eu já engendrei outrora.
143
E a sua rima inspirou
A mim e ao das "Ideias"
Que connosco aqui cantou
Numa rima sempre a meias.
144
O "Ilhas" é rapaz novo
Com dotes especiais
Gosta de animar o povo
Com quadras tradicionais.
145
O "Ilhas" fala de mim
A picar-me p'ra cantar
Com o Angelo assim
É só mesmo a brincar.
146
É um cantador famoso
Que vive em São Bartolomeu
O "Ilhas" foi generoso
E vive no Porto Judeu.
147
Por favor, não se acanhe,
Não tema em nos conhecer
Olhe que talvez apanhe
O gosto e não vai esquecer.
148
No Encontro de Bloguistas
Que na ilha aconteceu
Ele e eu demos nas vistas
Pelo mote que se deu.
149
Convidados de São Miguel
Foram muito atenciosos
Alegraram o painel
Ficámos muito orgulhosos.
150
«Havemos de nos encontrar»
De maneira cordial
Ao Menino vou rezar
P'ra ser antes do Natal.
Abraços
6/12/2007
Azoriana
(Ver Parte I eParte II)