Agradecimento (1) a Clarisse Barata Sanches, poetisa de Góis
1
Uma eterna gratidão
Bem aqui no meu torrão
Tenho eu com meus leitores.
Uns mais e outros menos
Mas faço os meus bons acenos
Aos que gostam dos Açores.
2
Açores, de nove ilhas,
Onde chegam maravilhas,
Vindas de rico além mar.
Acabei de receber
Dois volumes, podem crer,
Onde reina o verbo Amar.
3
"Sonhos da Alma", de Clarisse,
Mesmo antes que eu visse,
Pressenti o bom tesouro.
Logo, não me enganava,
Quando desci minha escada,
Aconcheguei letra de ouro.
4
Tem na letra sua Graça,
Ceira, Góis e Deus que passa
Pertinho do coração.
É uma nobre pessoa
Com uma alma tão boa
Que me veio ter à mão.
5
Sinto o peito apertado,
P'lo manuscrito encontrado,
No fim dos "Sonhos da Alma"
"Ticket" de mercearia,
Que uma data trazia:
Guardei-o com muita calma.
6
Vinte e três de Fevereiro,
Foi data que li primeiro,
E quase dei o meu "ai".
"Falar com Deus" o lugar
Que vinha a assinalar,
E lembrei-me do meu pai.
7
Nessa data que partiu
Um Sábado e não se viu
A festa do Carnaval.
E ver esta data agora,
A lembrança nesta hora
Será mais algum sinal?!
8
Um terceto que no verso
Neste bilhete submerso
Chamou a minha atenção:
Clarisse em toda a via
Canta abraça poesia
Com Deus no seu coração.
9
Os "Murmúrios do Ceira"
Chegam da mesma maneira
E de prosa apetitosa;
Foi aí que vi então,
Os recados que me dão
Os do Céu para esta Rosa:
10
«Nos três livros que já tens,
Vê relíquias, vê bens,
P'ra quem segue bom caminho.
Faz bem ao teu semelhante,
Não penses na vida errante...
Sê anjo do novo ninho!»
Rosa Silva ("Azoriana")