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Açoriana - Azoriana - terceirense das rimas

Os escritos são laços que nos unem, na simplicidade do sonho... São momentos! - Rosa Silva (Azoriana). Criado a 09/04/2004. Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores. A curiosidade aliada à necessidade criou o 1

Criações de Rosa Silva e outrem; listagem de títulos

Em Criações de Rosa Silva e outrem
Histórico de listagem de títulos,
de sonetos/sonetilhos
(total de 1010)

Motivo para escrever:
Rimas são o meu solar
Com a bela estrela guia,
Minha onda a navegar
E parar eu não queria
O dia que as deixar
(Ninguém foge a esse dia)
Farão pois o meu lugar
Minha paz, minha alegria.
Rosa Silva ("Azoriana")
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Com os melhores agradecimentos pelas:
1. Entrevista a 2 abril in "Kanal ilha 3"

2. Entrevista a 5 dezembro in "Kanal das Doze"

3. Entrevista a 18 novembro 2023 in "Kanal Açor"

4. Entrevista a 9 março 2025 in "VITEC", por Célia Machado

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Em memória de John Updike

28.01.09 | Rosa Silva ("Azoriana")

Publico o poema que se segue, recebido através da amiga Kathie Baker, em memória do grande autor americano John Updike, que morreu 27 Jan 2009.

John Updike - "Azores," in Harper's Magazine, January 1964, p. 37
Portuguese translation (below) by Jorge de Sena, published in "The Sea
Within"
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Azores

Great green ships
     themselves, they ride
at anchor forever;
     beneath the tide

huge roots of lava
     hold them fast
in mid-Atlantic
     to the past.

The tourist, thrilling
     from the deck,
hail shrilly pretty
     the hillsides flecked

with cottages
     (confetti) and
sweet lozenges
     of chocolate (land).

They marvel at
     the dainty fields
and terraces
     hand-tilled to yield

the modest fruits
     of vines and trees
imported by
     the Portuguese:

a rural landscape
     set adrift
from centuries ago;
     the rift

enlarges.
     The ship proceeds.
Again the constant
     music feeds

an emptiness astern,
     Azores gone.
The void behind, the void
     ahead are one.
= = = = = = = = = =

Grandes navios verdes
     eis que navegam
ancoradas, para sempre;
     sob as águas

enormes raízes de lava
     prendem-nas firmes
a meio do Atlântico
     ao passado.

Os turistas, pasmando
     do convés
proclamam aos guinchos lindas
     as encostas malhadas

de casinhas
     (confettis) e
doces losangos
     de chocolate (terra).

Maravilham-se com
     os campos graciosos
e os socalcos
     feitos à mão para conter

os modestos frutos
     das vinhas e das árvores
importadas pelos
     portugueses:

paisagem rural
     vindo à deriva
de há séculos;
     a distância

amplia-se.
     O navio segue.
Outra vez a constante
     música alimenta

um vazio à popa,
     os Açores sumidos.
O vácuo atrás e o vácuo
     à frente são o mesmo.

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