Hoje deu-me para isto (acham estranho?! é a crise)
O povo é quem mais ordena
Mas o mar não está de lapas
Quiseram mudar a cena
Mas não mudaram as papas.
A crise está de proa
Ventilando as carteiras
Tanta conta feita à toa
Enfezando as algibeiras.
Pamordês revejam tudo
Despesas e as receitas
Se preciso volte o escudo
Ou façam contas bem feitas.
Quem de um tira o dobro
E acrescenta dois zeros
Vai ver que no recobro
Tem sorrisos amarelos.
Tudo aumenta que mete medo
E a nós não aumentam nada
Não me apontem o dedo
Já se acabou a mesada.
E a festa continua
Cá na nossa ilha linda
O povo vem para a rua
Se à borla melhor ainda.
Rosa Silva ("Azoriana")