José Eliseu - A GLÓRIA DOS CANTADORES
Dez anos depois do casamento dos meus pais (31-07-1960), nasceu José Eliseu Mendes Costa (31-07-1970), o conhecido cantador de improviso, na Cruz das Duas Ribeiras, na freguesia de São Bartolomeu. O seu pai, José Bernardino de Sousa Costa, e a sua mãe, Teresa Contente Rocha Mendes, deram aquela freguesia, à ilha Terceira, dos Açores, um rebento com um dom que só alguns são dotados dele – o improviso genuíno!
Conforme o que nos relato J. H. Borges Martins, no seu livro “Improvisadores da Ilha Terceira (suas Vidas e Cantorias), de 1989, o José Eliseu estreou-se em público, com dez anos de idade, cantando com o António Plácido em São João de Deus.
Com a mesma idade, gravou com outros um disco intitulado: «Os Miúdos da Ilha Cantam Saudade». Naquela altura, José Eliseu foi o cantador mais jovem da nossa terra. Hoje, ele é um exímio conselheiro e professor, digamos assim, de uma camada jovem que se inaugura nos palcos do improviso perante plateias ávidas do sucesso que irá perdurar e preservar as cantigas ao desafio, que estavam um tanto reservadas a cantadores com um currículo estável.
José Eliseu tanto cantou
E encantou desde outrora
Que assim ele se assentou
E no nosso coração mora.
De bom trato e cordial
Com canudo de engenheiro
Ser baixo nem fica mal
Porque o verso é altaneiro.
Brava voz de rima fina
Que conquista multidões
Se canta com Clara, menina,
Alegra mais corações.
Um sonho realizei
Num serão na Terra-Chã
Pós Pezinho lhe cantei
Provando que dele sou fã.
João Ângelo me transferiu
O lugar que era seu
Fez-me cantar ao desafio
Com o rei José Eliseu.
“A glória dos cantadores”
Dito por João Leonel
Acabou sendo com louvores
O seu trajecto fiel.
Trinta anos de cantigas
Por palcos de casa cheia:
Com suas rimas amigas
O coração nos incendeia!
Agora é o condutor
Da juventude que inicia
A sina de cantador
Que com alma é que se cria.
Rosa Silva (“Azoriana”)
Nota: Quadras à laia de dedicatória a José Eliseu pelos seus 41 anos de idade e 30 de cantoria.