A razão de ser quem sou
Eis o púlpito de mim
Há tempos a esta parte
Nem sei se de mim aparte
A razão de ser assim.
Fui raiz de um jardim
Talhado em pouca arte,
Do engenho se reparte
O que zelo até ao fim.
Sou do cravo e da rosa,
De uma vista airosa,
Ao colo do grande mar...
Tudo fiz, sem ousadia,
No reverso da alegria,
Só deu tempo de rimar.
Rosa Silva ("Azoriana")
Fonte da imagem: Wikipédia.