Amargamente
Não quero rios, nem mares,
Nem sóis, nem más ventanias,
Nem pedras, nem agonias,
Não quero a morte dos ares.
Não quero toldos, teares,
Nem ramos, nem cotovias,
Nem palmas, nem profecias,
Não quero ver mais esgares.
Se a vida é flor de carmim
E rosa em botão de mim
Que seja enquanto sou viva...
A vida é tábua de dor
Porquanto avesso do Amor,
Sem ver-te é mais que ferida.
04/07/2023
Rosa Silva ("Azoriana")