Cheia de lua
À janela está a lua
Toda redonda de brilho
Tanto é minha como é tua
Como mãe que gera o filho.
Em janeiro cá na rua
Enrugada no meu trilho
Vejo que ela em mim atua
Como o dedo no gatilho.
Ó minha lua vestida
De carinho, doce mel,
Tendo o céu como painel.
Canta janeiras, querida,
Enfeita males de tinta
Que o meu verso a ti pinta.
Rosa Silva ("Azoriana")