Dedicado a Paulo Jorge Martins Ávila (e sua resposta)
É cantador calmo e fino
Com recorte inspirado
Tem proteção do Divino
E a fama do seu lado.
Se à Praia um dia for
Carregando o meu alforje
Será para ir compor
Quadras com o Paulo Jorge.
De S. Carlos sou agora
E já me vejo à rasa
Não deixei Nossa Senhora
Mas deixei a minha casa.
A Serreta não me escolhe
Pra cantar na freguesia
Talvez para mim não olhe
Com os olhos da cantoria.
No Pezinho de Luís Bretão
Estive na tua fileira
Segui minha inspiração
Feliz à minha maneira.
Estava aquela casa bela
Cheia de gente ouvinte
Há onze anos fiz naquela
A primeira e a seguinte.
Nossa moda do Pezinho
É um canto de doçura,
Uma graça, um carinho
A quem ama a Cultura.
Não me vou alongar mais
Neste que é vício meu
Quando achares que é demais
Responde com o canto teu.
Rosa Silva ("Azoriana")
Resposta de Paulo Jorge Martins Ávila:
Ó grande cantadeira
Ó exímia poetisa
Ó pérola da Terceira
Ó jóia que improvisa.
Ó deslumbrante poetisa
Ó sílaba e mestria certa
Ó humildade de alegria
Ó perfil minha porta aberta.
Ó Rainha a Deus consagres
Ó profecia pura da serra
Ó brisa sabes, os milagres
Ó briosa só fora da terra.
Ó alegria do pezinho
Ó coração de bondade
Ó riso de tanto carinho
Ó pureza de humildade.
Ó pulsar do coração
Ó circular da veia fria
Ó sábia o Luis Bretão
Ó brio ele sabe de poesia.
Ó estimulante fulgor
Ó sincero coração
Ó Rosa o que tem valor
Ó voz entra na casa do Bretão.
Ali é a Catedral das cantigas
Lá se encontra verbo amar
E levas o selo para que sigas
Direta para o palco cantar.
A minha época passou
Dizem os pensamentos
Sou um pano que voou
Para estes novos talentos.
A improvisar nada faço
Por ser pobre no improviso
Dedico-te um beijo e abraço
E estou às ordens se é preciso.
29/09/2019
Paulo Jorge