Desespero
Há um franco desespero
Se Deus não é companhia
Foge a paz e a alegria
Grassa a vida sem tempero.
Há um cravo em atropelo
Sem a rosa em euforia
E do espinho irradia
A "sirene" de um rabelo.
Vem ó Deus sacramentado
Vem e fica deste lado
Que se enerva muito à toa.
Vem secar grossas marés
Que molham demais os pés
No cais de mansa pessoa.
Rosa Silva ("Azoriana")
Nota: este escrito é metafórico, mas pode coincidir com a realidade de qualquer criatura. Há muito desespero nas famílias e suas carteiras.