Dia de negrume
É um dia de negrume
Volta e meia o céu crama
Parece que tem ciúme
Daquilo que a gente ama.
Chovem gotas espigadas
Que picam nosso verão
Nas bermas e nas estradas
Tudo foge ao seu picão.
Ó minha terra lilás
Que de bruma me enfureces
E até de mim esqueces.
Levanta o chumbo e zás
Traz-me apenas um gosto
Bordado de sol no rosto.
Rosa Silva ("Azoriana")
Nota: Em Angra do Heroísmo, debaixo de chuva, fresca que nem uma alface abatida... mas contente. Faz-me lembrar "gente feliz com lágrimas" de um bom escritor...