Feliz Natal 2023
Seja bom enquanto dure
Alegre enquanto se ria
E que mais além perdure
Com a mesma alegria.
Não há nada que se cure
Com tristeza ou mania
Nem há coisa que se fure
Com choro por companhia.
Viva-se o que se puder
Seja homem ou seja mulher
No cálice de esperança.
Contudo seja o Natal
Um retalho especial
Do mundo de ser criança.
Rosa Silva ("Azoriana")
Nota post-scriptum: uma "mesa" adaptada com tampo improvisado, com alguns anos. Em cima dela um recipiente com terra e gravilha, onde coloquei suculentas, vindas da freguesia da Serreta, de casa das "titias".
Um pormenor: flores artificiais que já não tinham lugar em outro sítio e uma lanterna pequena, que já nem funciona com a luz solar.
À frente do recipiente, as pedras do presépio com alguns anos. Da direita para a esquerda e de trás para a frente:
Maria, na posição costumada de amparo; José, de pé. Depois, a vaca, com formato de bem nutrida, a manjedoura (pedra branca) e o menino deitado, com o burro ao lado. Junto ao burro, um cordeiro pequeno (de pedra). Junto à vaca, na frente, os pastores, e uma oferta (a pedra redonda alva). Para o lado direito, 4 pedras, praticamente do mesmo tamanho, que representam as 4 partes do mundo, que adoram, seguem e partilham os presépios de um menino que se fez humano, humilde e reto para nos salvar.
Os musgos verdes que já contam alguns invernos, fazem as delícias dos meus olhos, e fazem-me recordar o tempo de infância, quando ia ao mato, buscar leivas e musgos para ornamentar a sala da casa dos meus pais, com um presépio tão lindo, aos meus olhos, e que adorava horas seguidas, como que hipnotizada pelas verduras, perfumes natalinos, encantos nunca mais vistos.
Na verdade, a infância, a pureza, a inocência, são os ingredientes para se ter um Natal, com um retalho especial do mundo de ser criança.
Sejamos crianças junto das crianças e o Natal será igual ao que sempre foi.
14/12/2023
Rosa Silva ("Azoriana")