Lá fora a chuva canta... o desenho da alma
Alma açoriana
Quem gosta de escrever
O que emerge do centro
Certamente irá ter
Sua alma aqui dentro.
Sinto isto a cada passo,
Cada letra (sem papel)
Basta seguir o compasso
Da rima a que sou fiel.
Meus leitores de segunda,
Terça, quarta ou outra feira,
Se a escrita de mim abunda
É por ser "made in" Terceira.
Nada como prosseguir
Neste desenho da alma
Mesmo que sem conseguir
Arrecadar douta palma.
Quem me dera de mim ler
Noutra hora de evento
O que consegui escrever
Sem remendar um acento.
O que escrevo é furtivo
É ditado pela mente
É como se fosse vivo
O que jaz eternamente.
Que lindo é o que leio
À medida que é solto
Para alguns será asseio
Para outros mar revolto.
Não me prendo nas marés
Que batem noutros rochedos;
Venham ler de lés-a-lés
O que escrevem os dez dedos.
Dedos correm no teclado
Que navega em circuitos
Que levam a qualquer lado
Muito mais que os meus intuitos.
Pra finalizar em dezena
Nove quadras já contei:
É uma conta pequena
Da maior conta que dei.
Rosa Silva ("Azoriana")