Lava de amor
Sou prisioneira de um tempo reconhecido
Em cada pálpebra que faísca de prazer
Nos retalhos de um lume que quis arder
Na antecâmara do vício que fez sentido.
Sou vagem nua de um tempo adormecido
De aventuras no altar louco do meu ser
Na pedra-mó que a vida então me quis tecer
Lava de amor num corpo de amor tido.
Mirante da palavra, nudez da minha essência
No arco do triunfo da alma em hortência,
Afago cristalino na pele, palco e doçura...
No seio de um corpo prisioneiro de amor
Salpicando emoções no fogo do sabor
Sou lava em flor, lume de branda loucura.
Rosa Silva ("Azoriana")