Num dia do Pai
a bruma
a bruma ossiforme que me invade
que dilacera o que vive em mim
e fico adornada quase em fim
de nada importa o que então me há de.
da farta e ferida mortandade
prefiro isolar-me um tanto sim
e tremo com tal véu de cetim
que me ostenta tudo p'la metade.
metade de mim é vã loucura
outra é olvidável amargura
do tanto que já fiz sem visão.
a noite é a bruma apetecida
a noite me faz adormecida
assim p'ra me afastar da ilusão.
RS