O Manuel dos Biscoitos (Tomás, Tomaz?)
Os Biscoitos são a lava
Que corre no coração
Ela corre porque é brava
A saudade do torrão.
Ó primo Manuel Tomás
Não cortas tua raiz
Um dia sei que estarás
Na tua ilha mais feliz.
Faço-te a cortesia
Porque sei que a mereces
Dás valor à poesia
E dela tu não esqueces.
Tens um tesouro antigo
Que partilhas com o povo
Porque o teu cantar de amigo
Esse fica sempre novo.
Quem me dera que um dia
No seio da ponta Norte
Nossa voz encontraria
Um motivo p'ra dar sorte.
A sorte de eu te ver
A vontade de me veres
E o que for há de ser
Com a graça dos haveres.
Seja forte ou seja fraca
Nossa rima repentista
Sempre que ela ataca
Sai o verso a toda a vista.
Quero ter esta lembrança
Gravada neste meu canto
Enquanto há vida há'sperança
Padre, Filho, Esp'rito Santo.
18.outubro.2018
Rosa Silva ("Azoriana")