O negrume
Há um céu tão encardido
De negrume, escuridão,
E o trovão, por mim, temido,
Alastra esse algodão.
Os "bordões" são tão valentes,
Que molham a nossa pele,
Depois dos sons estridentes
Que Deus pela gente zele.
Mas para quê agonia
Se o vento amainou?!
Só o negrume do dia
Ainda não terminou.
Esta é a realidade,
O Verão já foi embora,
Dá lugar à tempestade
Que despe as árvores agora.
Rosa Silva ("Azoriana")