O que dirás de mim?!
Às vezes dou comigo a estranhar
Não ter dos ilustres a visão
É como ficar só na escuridão
Ouvir as ondas e não ver o mar.
Às vezes sinto a falta do estalar
Dos dez dedos juntos de cada mão
Como se fossem musa de um refrão
Que teima em não se fazer escutar.
E fico à espreita do que não vem
Do soluço da alma que às vezes tem
O timbre da melodia de um coro frio.
É como escrever fracas linhas de vida
E não saber o que será na despedida
O comentário, o final sem desafio.
Rosa Silva ("Azoriana")