Poema (o mote)
À terra é que vou descer
No lugar onde se cabe
Eu não sei nem vou saber
A hora que ninguém sabe.
Glosa
Que eu deixe a desavença
Que me pode acometer
Não mudo qualquer sentença
À terra é que vou descer.
Por muito que a gente faça
Por muito que a gente gabe
Há de vir alguma traça
No lugar onde se cabe.
Que se deixe a ilusão
Da vida nunca perder...
É nosso destino então?!
Eu não sei nem vou saber.
Meu amparo é o perdão
Que eu nele me desabe...
Que adianta ter à mão
A hora que ninguém sabe.
Rosa Silva ("Azoriana")