Recordação: À laia de prefácio. Destinatário: Fernando Mendonça, do Juncal
1
Nada se pode perder
Nesta rede do universo
Coleção há que fazer
E nada fique disperso
O papel 'inda há de ser
O amparo do seu verso.
2
Será que minha influência
Teve algo a incentivar?
A rima não é ciência
Há o dom a encimar
E também a Providência
Dá mote pró seu rimar.
3
Por tudo o que já li
E tenho acompanhado
Chego a sair daqui
Com um gosto emocionado
Por ver que tem em si
O dom pra ser aclamado.
4
Pelos temas que levanta
Pela beleza da rima
Pela palavra que encanta
E nos prende a estima
Pela sua grande Santa
Merece a obra-prima.
5
Tem o mar beijando a areia,
Tem o Juncal onde ensaia,
Tem a sua mente cheia
De valor que não desmaia
E tem amor na ideia
Pela sua linda Praia.
6
Cada verso que constrói
É a prenda feita flor
A lembrar o que já foi
E o que é como escritor
A riqueza de um herói
É partilhar seu valor.
7
Estou certa, e com certeza,
Haverá uma maneira
De divulgar a beleza
Que guarda à sua beira
O amor pela natureza
E o amor pela Terceira.
8
Venha a paz, sem vinagres,
Venha o sonho desse dia,
Venha tudo o que consagres
A Santa Rita que guia
E à Senhora dos Milagres
Que é a melhor companhia.
Rosa Silva ("Azoriana")
Resposta:
Santa Rita minha amada
Dá-me sempre inspiração
E a esta amiga adorada
Dá-lhe sempre a tua mão!
Foi com ela de mão dada
Que do verso fiz paixão!...
Fernando Mendonça