Salve-se o prazer d'artista
Abrem-se as portas da vida
Tropeça-se noutras entradas
Verdes tingem a guarida
Que venham cantar as fadas.
A bruma é passo gigante
A alma não se renova
O futuro é elefante
O presente ora se aprova.
Unem-se traços da história
Maquilha-se a nova onda
Caem lápis da memória
Só se apanha o que ronda.
E o que ainda me resta?
Uma beleza de vista!
Se não se cumpre tal Festa
Salve-se o prazer d'artista.
Rosa Silva ("Azoriana")