São Carlos 2015 - Pézinho de Luís Bretão - 24 de setembro
A “catedral dos cantadores”
Pezinho de Luís Bretão em memória de Marcelino Gaspar, falecido em junho de 2015.
Foi com grande emoção que Luís Bretão falou do seu braço direito, o grande amigo Marcelino Gaspar, que durante dezasseis anos o ajudou na organização do seu Pezinho, principalmente na parte que diz respeito aos “sacos de Luís Bretão”, oferta que não pode faltar como forma de presente aos cantadores que cantam uma (ou duas quadras) na moda do Pezinho, no seu Museu, ou como o próprio disse desta vez, a catedral dos cantadores.
É, para mim, uma honra também responder ao convite que o amigo Luís Bretão me faz desde que encetei conversa telefónica com ele, no ano de 2008, fez agora sete anos.
Nesta quinta-feira de setembro, dia 24, estava ladeado na sua mesa de honra, por José Fonseca de Sousa, amigo dos Açores e vindo do Continente propositadamente para estar com Luís Bretão e família no Pezinho que junta um número extraordinário de amigos ou outros convivas que encontram a porta sempre aberta a convidar à entrada, e, do outro lado, estava Roberto Gaspar, em representação do falecido pai - Marcelino Gaspar (uma pessoa fantástica, disse Luís Bretão a todos).
Este foi, sem dúvida alguma, um Pezinho para ser registado na história da Festa do Império de São Carlos, na memória coletiva e no coração de todos os presentes no Museu de Luís Bretão que esteve à cunha, para confraternização e audição do discurso do próprio e das cantigas de um grande punhado de cantadores e tocadores, bem como da Filarmónica que acompanhava o grupo.
Passo a dar-vos, agora, um relato escrito das cantigas que foram tecidas durante a presença dos cantadores, quer integrados no Pezinho da Festa, quer convidados e amigos de Luís Bretão. Todos são bem-vindos! Peço desculpa se alguma das quadras seguintes não estiver conforme o que foi cantado e isso só se deverá a não ter percebido bem o verso ou palavra. Vou ser o mais fiel possível à audição da gravação que foi feita, tanto por Fernando Pereira como por Hildeberto Franco. O primeiro é assíduo a este evento, e o segundo penso que terá sido a estreia. A rádio “Voz dos Açores” também se fez representar com Ildeberto Rocha.
“É muito bom ter amigos. A todos, obrigado pela vossa amizade! Muito obrigado”, disse Luís Bretão.
Cantadores por ordem de atuação e com a fita de recordação do Pezinho (Bruno Oliveira e Valentim Aguiar foram estreantes):
António Mota
E como é natural
As minhas cantigas vão
Desta vez na catedral
Da Casa do Luís Bretão.
José Eliseu
Por tudo o que eu já senti
E as minhas memórias consulto
Cantarmos Pezinho aqui
É quase um momento de culto.
Ludgero Vieira
Agora um brinde eu proponho,
Acreditem que é verdade,
Se a amizade é um sonho
Tu tornaste-a realidade.
Valentim Aguiar
É ao Divino Espírito Santo
Esteja no teu coração
E por ser a primeira vez que canto
Na Casa do Luís Bretão.
John Branco
Canto a Luísa e Luís Bretão
E ao Duarte com amizade,
Porque formam uma união
Como a Santíssima Trindade.
José Fernando
Do céu tu recebeste a graça,
O alívio prás tuas dores;
Que o Divino te faça
O que fazes p’los cantadores.
Marcelo Dias
Cantar em Casa do Luís Bretão
É sempre o nosso destino,
Mas cada quadra seja uma oração
Por alma do Marcelino.
Paulo José Lima
O Pezinho do Luís Bretão
É um historial de coisas antigas,
Um arraial de tradição,
Um solar para as cantigas.
Liduíno Borba
Boa noite meus senhores
E a todos que aqui estão,
O dia de alguns cantadores
Da segunda divisão.
Fábio Ourique
O Luís é pessoa pura,
Homem de bom coração,
Quando se fala em Cultura
Fala-se em Luís Bretão.
Rosa Silva
Que o meu verso seja um hino
Ao amigo Luís Bretão,
E em memória de Marcelino
Que tanto lhe deitou a mão.
Bruno Oliveira
E o Luís é homem forte,
Amante da Cantoria,
E se eu mandasse na morte
O Luís nunca morria.
Eduíno Ornelas
Pedi a S. Francisco Xavier
Na viagem me botasse a mão
Pra ver teu filho e a tua mulher
E cantar para ti Luís Bretão.
Roberto Toledo
Saúdo neste serão,
Saúdo com doçura,
Saúdo o Luís Bretão
Que é o rei da Cultura.
João Leonel
Tu és arado que lavras,
És vaga que tem marés;
Quem me dera tem palavras
Pra descrever tu quem és.
João Ângelo
A Casa do Senhor Bretão
Com o enchente que aqui está
Parece na Base um avião
Que veio da América ou Canadá.
Aplausos finais.
Até para o ano se Deus quiser!
Rosa Silva ("Azoriana")