Segunda-feira de São Carlos 2015
Tenho a terra lavrada
Com ajuda de alguém
Hoje nem estou cansada
Fazer muito não convém
Temos tarde de tourada
O resto virá por bem.
Ontem passeei na ilha
Terceira de Jesus Cristo
Foi mesmo uma maravilha
Afinal eu gosto disto
Um casal fez a partilha
De um almoço que registo.
Foi na Quinta dos Açores
Um almoço ajantarado
Até fiquei com calores
Mas andei por todo o lado
Na Praia rimei amores
No facho de braço dado.
Nossa ilha é tão bonita
Depois de estar na clausura
A paisagem é favorita
Misturando com doçura
Em cada canto, acredita,
Há pezinho de Cultura.
Que não seja publicidade
Isto que escrevo aqui
É uma forma de amizade
Que relato do que vi
E também da caridade
E do gosto que senti.
Hoje apetece rimar
A lava vem de seguida
É como a onda do mar
No rochedo sempre erguida
Só falta mesmo é cantar
O que sinto p’la cantiga.
Elas caem uma-a-uma
As cantigas que escrevo
Se não tem graça alguma
A mais eu até nem devo
Mas que sejam como pluma
Ou semente do meu trevo.
Eu sinto tanto encanto
Pela nossa Região
Nossa ilha é um espanto
No que toca à tradição
Cada vez que eu a canto,
Na escrita, dá paixão.
Mas não posso mais maçar
Quem isto está a ler
Nem gosto de atiçar
O que não me possa ver
Cada um no seu lugar
Há de a Rosa entender.
Para terminar em par
As sextilhas que urdi
Vem esta pra completar
O ramalhete que escrevi
E a todos saudar
Mesmo sem serem daqui.
2015/09/28 (tarde da Tourada de S. Carlos)
Rosa Silva (“Azoriana”)