Sobre e-mail recebido do amigo José Fonseca de Sousa
A seguir a dois parágrafos de resposta/comentário à situação que me foi remetida não consegui alhear-me da força que me impulsionava a completá-los com sextilhas (num total de oito) num ápice de tempo que nem me roubou quase nada ao resto dos lavores do dia. Foi tipo uma flecha de emoções o que agora vos revelo, porque o que se faz de bem merece elogios também, seja em prosa ou em rima. No meu caso, a rima é a predileta para que as ideias jorrem o que tem de jorrar.
O terceiro parágrafo da resposta e as sextilhas foram assim - Então cá vai, à moda da Azoriana - terceirense das rimas, à laia de destaque:
“Retalhos de AMOR”
Se fica feio admirar
Da forma que admiro
Mais valia que o mar
Me levasse noutro giro;
Porque o mar é meu rimar
E da prosa o retiro.
Admiro o lisboeta
Que retrata nossas cores,
Seja a nuvem branca ou preta
Nem lhe causa dissabores,
Já sabe a silhueta
Das nove ilhas dos Açores.
E os amigos que cá tem
Vão crescendo dia a dia;
Sabemos que lhes quer bem,
Ao Pezinho e à Cantoria,
E não haja então quem
Lhe retire esta alegria.
Viva, viva amigo meu!
E de tantos bons ilhéus,
Tudo o que se canta é seu,
Divulgue sem quaisquer véus;
Por tudo o que já ofereceu
Tenha recompensa dos céus.
De louvar eu não me canso
E de rimar também não.
Quando o verso vier manso
Que nem caiba num refrão
É porque não tenho avanço
E durmo no frio chão.
Se fui musa inspiradora
Dos versos do caro José?!
Serei sua defensora
E de si nem arredo pé;
Sua escrita é detentora
Do meu gosto e minha fé.
E para mais não maçar
Nem ocupar seus momentos,
Só me resta encimar
E apregoar aos quatro ventos:
Que quando eu o abraçar
Abraço os seus talentos!
Em par seja a sextilha
Para içar o meu louvor:
Ao que tem feito na ilha
Eleva com mais fulgor
Guarde sempre a maravilha:
São Retalhos de AMOR.
Rosa Silva ("Azoriana")