Um cálice de penas
Sempre que um homem chora
É pena tão maculada
Não se pode fazer nada...
Finda quando vai embora.
O choro também decora
Uma rima assim bordada
De penas (a dor dobrada)...
[Não sei se a morte demora].
Visto versos como vento,
Tenho pena de os deixar
No cálice de aquém-mar.
Tenho duplo sentimento:
Viver tem partes amenas...
Só a morte veste penas.
Rosa Silva ("Azoriana")